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Reino Unido revela custo de £1,8 bilhão para o novo sistema de Identidade Digital

Relatório oficial expõe impacto orçamentário do programa e levanta dúvidas sobre a origem do financiamento

O governo do Reino Unido divulgou oficialmente o valor estimado para implementar seu ambicioso programa de Identidade Digital: £1,8 bilhão ao longo de três anos. A informação só veio a público após dias de pressão, já que o ministro responsável, Ian Murray, havia evitado detalhar o montante ao Parlamento, argumentando que os números dependeriam do formato final do sistema — algo que seria definido apenas após a análise da consulta pública.

A confirmação ocorreu nesta quarta-feira, por meio do relatório Economic and Fiscal Outlook, publicado pelo Office for Budget Responsibility (OBR). O documento mostra que a Revisão de Gastos realizada no verão já apontava um aumento médio de £6 bilhões por ano entre 2026/27 e 2029/30 para diferentes órgãos governamentais, impulsionado por pressões no NHS, demandas relacionadas ao asilo e, agora, pelos custos adicionais da identidade digital.

De acordo com o OBR, o programa terá um custo anual provisório de £600 milhões, que será absorvido pelos limites de gastos departamentais (DEL), distribuídos entre despesas operacionais (RDEL) e de capital (CDEL). Dos £1,8 bilhão totais, cerca de £500 milhões devem cobrir operações, enquanto £1,3 bilhão serão direcionados à infraestrutura tecnológica necessária para implementar o sistema entre 2026 e 2029. Ainda assim, o governo não detalhou quais cortes ou realocações internas financiarão o projeto.

Anunciado em setembro, o plano prevê que todos os residentes legais do Reino Unido recebam uma identidade digital até agosto de 2029, inicialmente destinada a comprovar elegibilidade para trabalho. O primeiro-ministro Keir Starmer afirma que a iniciativa trará “inúmeros benefícios”, como acesso mais rápido a serviços públicos e mais praticidade no dia a dia.

Durante uma audiência no Comitê de Ciência, Inovação e Tecnologia da Câmara dos Comuns, Murray reforçou que o projeto é uma prioridade do governo e será conduzido pelo Government Digital Service (GDS), sob supervisão do Cabinet Office. No entanto, alguns parlamentares expressaram preocupação com a falta de clareza sobre o financiamento.

O deputado conservador Kit Malthouse alertou que, na prática, a implementação dependerá de negociações entre departamentos, podendo disputar espaço com outras prioridades orçamentárias. Embora Murray tenha discordado, Malthouse retrucou: “Não é a política do governo, mas é assim que o governo funciona.”

Fonte: The Registrer

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