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Big techs usaram vídeos do YouTube sem autorização para treinar IAs e ampliam debate sobre direitos autorais

Mais de 700 vídeos de criadores brasileiros, incluindo conteúdos de Felipe Neto, funk e reportagens, foram utilizados sem consentimento para treinar algoritmos

Grandes empresas de tecnologia teriam violado diretrizes do YouTube ao utilizar vídeos públicos da plataforma para treinar modelos de inteligência artificial sem solicitar autorização dos criadores. Investigações apontam que gigantes como Microsoft, Google, Baidu e outras recorreram a um grande banco de dados formado por vídeos diversos — de entretenimento a jornalismo — para alimentar seus sistemas de IA.

A base, conhecida como YT-Temporal-180M, reúne mais de 5 milhões de vídeos, incluindo centenas de conteúdos brasileiros. Entre eles estão 711 vídeos do canal Felipe Neto, mais de 170 produções da KondZilla, além de reportagens e materiais de veículos de comunicação. Criadores afirmam que nunca foram comunicados sobre o uso de seu trabalho, reforçando preocupações sobre violação de direitos autorais e exploração de conteúdo sem remuneração.

Especialistas destacam que o uso de vídeos protegidos deveria exigir licenciamento ou acordos formais. A prática de coletar vídeos de forma automática para treinar modelos de IA é vista como um risco crescente, especialmente em um cenário em que a tecnologia avança mais rápido do que a regulação. O caso reacende a discussão sobre ética digital, transparência e responsabilidade das empresas no uso de dados de terceiros.

O episódio evidencia que, enquanto a inteligência artificial evolui em ritmo acelerado, a proteção dos criadores e a regulamentação sobre o uso de conteúdo continuam sendo desafios urgentes. O equilíbrio entre inovação e respeito aos direitos autorais segue no centro do debate sobre o futuro da IA.

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