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D2C e a Inovação no Varejo

Por Marcele Guarenti

Marcas que antes dependiam de multimarcas, marketplaces e intermediários agora movem bilhões ao assumir o controle total da relação com o consumidor. O modelo Direct-to-Consumer (D2C) é o resultado de uma evolução histórica no comércio (da venda direta por catálogo ao e-commerce) e se popularizou à medida em que a tecnologia tornou viável para marcas controlarem todo o ciclo de venda: do produto ao consumidor final.

Nos últimos anos, o D2C provou que não é apenas uma tendência passageira: virou pilar estratégico para marcas que buscam controle de marca, dados próprios e proximidade real com o consumidor final. No Brasil, por exemplo, marcas que operam no modelo D2C faturaram mais de R$ 3 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025: um crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso revela um enorme potencial de crescimento, especialmente para marcas com posicionamento claro, identidade forte e estratégia digital bem construída.

 

O que a Inovação no Varejo traz para o D2C

Quando falamos de Inovação no Varejo, falamos de evoluções que ultrapassam a simples venda online. São transformações profundas em experiência de marca, operação, dados, logística e relacionamento com o cliente. Nesse contexto, o modelo D2C, especialmente em suas versões digitalmente nativas, torna-se um terreno fértil para inovação. Ao vender diretamente, a marca mantém controle e consistência sobre sua estética, voz e experiência, evitando distorções comuns em modelos com intermediários. Além disso, o D2C permite que a empresa construa ativos estratégicos de dados proprietários, coletando informações sobre comportamento, preferências e histórico de compra, possibilitando personalização, segmentação inteligente e fidelização com alta eficácia. A ausência de distribuidores também garante agilidade para testar e inovar, ajustando lançamentos, mix de produtos, coleções e preços com velocidade. E, por fim, o D2C fortalece a construção de uma experiência omnichannel integrada, unindo e-commerce, redes sociais, apps, CRM, logística e atendimento em uma jornada fluida e moderna, capaz de gerar conveniência, fidelidade e percepção de valor.

 

 

Marcas que transformaram D2C + Inovação em Vantagem Competitiva

 

A Warby Parker, por exemplo, nasceu digital e adotou desde o início o modelo D2C, permitindo que clientes testassem armações em casa antes de comprar — uma ruptura que trouxe conveniência, personalização e desmontou a lógica tradicional das óticas. A Casper seguiu caminho semelhante ao vender colchões diretamente ao consumidor, eliminando intermediários, simplificando a jornada de escolha e oferecendo preços mais acessíveis com uma experiência de entrega altamente eficiente. No Brasil, a marca Amaro representa o conceito de Digital Native Vertical Brand (DNVB), combinando: D2C, dados e experiência digital integrada. Em conjunto, esses exemplos demonstram que o D2C aliado à inovação no varejo vai muito além da venda online: trata-se de reconstruir toda a experiência de consumo com foco no cliente, praticidade, força de marca e uso inteligente de dados — um território ideal para construir autoridade, identidade e vantagem competitiva sustentável.

 

O avanço do D2C no Brasil, que já movimenta R$ 3 bilhões em apenas seis meses e com crescimento de 26%, evidencia que estamos apenas no início dessa transformação. A convergência entre Direct-to-Consumer (D2C) e Retail Innovation gera um ecossistema poderoso em que os dados orientam decisões, o conteúdo constrói comunidade, a tecnologia personaliza a jornada, a marca diferencia com intenção e a inovação se torna o motor que sustenta o crescimento contínuo.

 

 

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