
As usinas siderúrgicas brasileiras decidiram adiar para janeiro o reajuste de 5% a 8% previsto para dezembro nos preços de aços planos. A informação foi confirmada pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), que destacou que a medida tenta evitar um impacto ainda maior sobre o mercado em um mês tradicionalmente mais fraco para as vendas.
De acordo com o presidente do Inda, Carlos Loureiro, a postergação pretende impedir que dezembro seja um período ainda mais negativo, já que a aplicação imediata do aumento poderia levar compradores a ajustar estoques de forma acelerada, pressionando ainda mais o setor.
Importações elevadas e estoques pesando no mercado
Apesar de uma redução recente nas compras internacionais, cerca de 500 mil toneladas de aço importado ainda estão paradas em portos brasileiros, aguardando desembarque. O maior volume está concentrado em São Francisco do Sul (SC), criando um cenário de sobreoferta que pode continuar influenciando o mercado até os primeiros meses de 2026.
Esse acúmulo tem gerado preocupação entre distribuidores, que temem que a descarga de grandes volumes de uma só vez mantenha os preços pressionados e dificulte reajustes sustentáveis no curto prazo.
Impactos para o setor
Com a decisão:
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As siderúrgicas ganham tempo para calibrar preços e acompanhar a reação do mercado.
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Distribuidores evitam absorver uma alta em meio a estoques já elevados.
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O setor projeta que o cenário de pressão de oferta pode se estender até abril ou maio, dependendo do ritmo de desembarques e da demanda interna.
A movimentação indica uma estratégia de maior cautela por parte da indústria nacional, que busca manter competitividade diante de um ambiente volátil e marcado pelo peso das importações sobre os preços internos.



