O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP) começa a implementar, ainda em 2025, um modelo inédito na rede pública de saúde: o primeiro hospital inteligente do SUS. A proposta combina inteligência artificial, infraestrutura baseada em 5G e sistemas digitais integrados para redesenhar a rotina de pacientes e profissionais.
A iniciativa deverá transformar desde a triagem até o momento da alta, trazendo mais agilidade, precisão e segurança para o atendimento. A expectativa da instituição é que a operação totalmente digitalizada reduza tempos de espera e acelere decisões médicas que hoje dependem de múltiplas etapas manuais.
Tecnologia para acelerar diagnósticos e procedimentos
O projeto prevê o uso de algoritmos capazes de analisar exames de imagem e sinais clínicos em poucos segundos. As ferramentas de IA enviarão alertas para equipes de emergência quando identificarem padrões que indiquem risco, como hemorragias, tumores ou alterações cardíacas.
Esse suporte imediato deve agilizar diagnósticos e reorganizar a fila de atendimento conforme a gravidade, evitando que casos críticos fiquem retidos no fluxo tradicional.
A rede 5G instalada no complexo hospitalar garantirá troca de dados em tempo real, permitindo que médicos, laboratórios e setores internos atuem de forma sincronizada.
Fluxo totalmente digital e monitoramento contínuo
O hospital adotará um sistema unificado que centraliza todas as informações clínicas do paciente, independentemente do setor por onde ele passe. A ideia é eliminar rupturas entre triagem, consultório, enfermaria, centro cirúrgico e UTI.
Com isso, processos como:
- atualização do prontuário
- solicitação de exames
- avaliação de riscos
- acompanhamento de leitos
- Insumos acontecerão de maneira automatizada.
O sistema também fará a gestão de equipamentos, controle de estoques e acionamento de equipes específicas conforme a demanda.
5G aplicado a cirurgias e telemedicina
A infraestrutura dedicada de 5G vai permitir transmissão instantânea de vídeos e sinais vitais, ampliando procedimentos que dependem de precisão e comunicação contínua. Cirurgias poderão ser acompanhadas por especialistas de outros hospitais universitários, ampliando a colaboração entre equipes e agilizando decisões.
Na telemedicina, o objetivo é reforçar o acompanhamento de pacientes à distância, evitando deslocamentos desnecessários e melhorando o cuidado pós-alta.
Marco para o SUS
A direção do HC afirma que o modelo servirá como referência para outras unidades públicas do país nos próximos anos. Se os resultados forem positivos, a iniciativa pode se tornar um novo padrão de atendimento no SUS, com maior eficiência clínica e redução de gargalos estruturais.
O hospital inteligente marca uma nova fase da digitalização da saúde pública, conectando tecnologia de ponta a um dos maiores complexos médico-hospitalares da América Latina.
