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Ester Baiget vê no Brasil o motor para expandir um mercado global de biossoluções que já movimenta US$ 877 bilhões

CEO da Novonesis enxerga no país um ambiente estratégico para acelerar inovação biotecnológica e fortalecer a bioeconomia mundial.

A executiva Ester Baiget, que lidera a Novonesis — uma das maiores empresas de biotecnologia do mundo — tem colocado o Brasil no centro de sua estratégia para ampliar o alcance das biossoluções globais. Durante uma passagem pelo país, ela reforçou a convicção de que o Brasil reúne as condições ideais para impulsionar um setor que deve alcançar US$ 877 bilhões até 2035.

A Novonesis nasceu da união entre duas grandes referências da biotecnologia, a Novozymes e a Chr. Hansen, formando um grupo com atuação diversificada em áreas como agricultura, saúde, alimentos, bioenergia, limpeza e indústria. Segundo Baiget, o futuro da economia mundial será moldado por soluções biológicas capazes de tornar cadeias produtivas mais sustentáveis, eficientes e competitivas.

Brasil como peça-chave na bioeconomia
A CEO aponta vários motivos que colocam o país em posição privilegiada: abundância de recursos naturais, centros de pesquisa avançados, mão de obra qualificada e um ambiente regulatório que vem evoluindo para estimular a bioindústria. Para ela, esse conjunto torna o Brasil um terreno fértil para tecnologias como fermentação de precisão e microrganismos aplicados à produção industrial.

Baiget lembra que as biossoluções já estão presentes no cotidiano de bilhões de pessoas, desde detergentes e cosméticos até alimentos e combustíveis. Um único ingrediente enzimático, explica ela, pode aumentar a eficiência de processos e reduzir drasticamente impactos ambientais — o que gera benefícios econômicos e ambientais ao mesmo tempo.

Resultados que alinham lucro e sustentabilidade
A executiva também destaca o compromisso da companhia com metas ambientais robustas. Desde 2018, a Novonesis reduziu suas emissões de CO₂ em mais de 60% e, ao mesmo tempo, expandiu sua receita. Aproximadamente 80% do faturamento atual vem de produtos que contribuem diretamente para objetivos globais de sustentabilidade.

Essa postura levou Baiget a integrar a Alliance of CEO Climate Leaders, grupo internacional que reúne líderes empresariais comprometidos com a redução dos impactos da crise climática.

Metas ambiciosas para a próxima década
Para os próximos anos, a empresa projeta crescimento orgânico anual significativo e planeja elevar sua margem operacional por meio de produtos que representam uma pequena fração do custo das indústrias, mas oferecem ganhos expressivos em eficiência. Entre os exemplos citados estão enzimas que substituem microplásticos em produtos de limpeza, melhoram a produção de etanol ou ampliam o rendimento de óleos vegetais.

A empresa também mantém presença ampla no Brasil, com três unidades industriais e centros de pesquisa que reforçam o papel estratégico do país. Após visitar diferentes regiões brasileiras, Baiget afirma ter saído ainda mais confiante no potencial do país para liderar uma agenda global de inovação sustentável.

Para ela, o Brasil tem a oportunidade de ocupar uma posição central na transição para uma economia biológica — uma mudança que, além de necessária para o planeta, representa um caminho de crescimento econômico sólido e de longo prazo.

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