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Startup Coreana Quer Redefinir o Ensino de Idiomas com IA e Entra na Mira do Duolingo

Aplicativo Speak aposta em conversação guiada por inteligência artificial, cresce no mundo corporativo e mira disputar o espaço dominado pelo gigante dos idiomas

A corrida para transformar o aprendizado de línguas acaba de ganhar um novo competidor de peso. Criado na Coreia do Sul e hoje sediado nos Estados Unidos, o aplicativo Speak está chamando atenção ao propor um modelo que troca professores humanos por um tutor de voz baseado em inteligência artificial — capaz de conversar, corrigir e treinar o aluno de forma contínua.

A ideia nasceu quando o fundador Connor Zwick percebeu a dificuldade de coreanos que estudavam inglês, mas temiam errar ao falar com pessoas reais. O Speak surgiu justamente para eliminar essa barreira: uma plataforma onde o aluno pratica sem constrangimento, com respostas imediatas e personalizadas.

Crescimento acelerado e números impressionantes
A proposta atraiu milhões de usuários. Hoje, o Speak já conta com aproximadamente 15 milhões de downloads, oferece cursos em seis idiomas (inglês, espanhol, francês, italiano, japonês e coreano) e opera em um modelo híbrido: acesso gratuito para iniciantes e assinaturas que podem chegar a US$ 200 mensais para quem busca treinamento avançado.

Com isso, a startup alcançou um marco importante: mais de US$ 100 milhões em receita anual, entrando no seleto grupo das empresas avaliadas em cerca de US$ 1 bilhão.
O crescimento também vem do setor corporativo. Cerca de 500 empresas, entre elas KPMG e HD Hyundai, já utilizam o Speak para treinar seus funcionários — sinal de que o produto está extrapolando o público tradicional de plataformas como Duolingo ou Babbel.

A disputa direta com o Duolingo
O Duolingo ainda é o gigante absoluto do segmento, somando centenas de milhões de usuários e uma receita que supera US$ 700 milhões. No entanto, os dois aplicativos seguem caminhos diferentes.
Enquanto o Duolingo continua forte em gamificação, vocabulário e exercícios curtos, o Speak escolheu outro ponto de ataque: a fluência oral. O foco está em fazer o aluno conversar desde o início, sem depender de aulas teóricas. A IA analisa pronúncia, ritmo, entonação e até vícios de linguagem, funcionando como uma espécie de “treinador de fala”.

O próprio Duolingo já sinalizou que também pretende avançar nessa frente, incorporando IA generativa nas interações e testando videochamadas virtuais — o que prepara o terreno para uma concorrência direta entre as duas empresas.

Por que essa proposta pode mudar o setor
Treinar conversação com IA resolve alguns problemas crônicos do ensino tradicional: horários rígidos, custo alto de professores e o medo comum de conversar com nativos. A IA não julga, não se cansa e fica disponível 24 horas.

Mas a solução também traz desafios. Há quem questione a capacidade da tecnologia de interpretar nuances culturais, sotaques muito específicos ou situações sociais mais complexas. Outros alertam para o risco de sistemas automatizados substituírem profissionais humanos antes de estarem totalmente maduros.
Ainda assim, o avanço do Speak mostra que o mercado está pronto para experimentar novas abordagens — especialmente em países onde aprender inglês é uma exigência profissional.

O que esperar daqui para frente
A startup pretende acelerar sua expansão internacional, reforçar a tecnologia de voz e ampliar parcerias com empresas. A ambição declarada é clara: disputar com o Duolingo o posto de principal plataforma global para aprendizado de idiomas — mas focada principalmente em quem deseja falar, e não apenas estudar.
Se os planos se concretizarem, a próxima grande revolução do ensino de línguas pode vir não de um professor, mas de uma IA que acompanha o aluno do primeiro “hello” à fluência.

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