
Produção revela personagens baseados em figuras reais do jogo do bicho e tem segunda temporada confirmada após sucesso estrondoso na plataforma
A série Os Donos do Jogo, da Netflix, caiu rapidamente no gosto do público ao retratar, com ritmo intenso e estética cinematográfica, as disputas de poder no universo do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Embora a trama seja ficcional, diversos personagens têm raízes claras em figuras reais que marcaram a história da contravenção no país. A construção desses paralelos ajudou a impulsionar o interesse pela produção — que, após dominar o ranking de mais assistidas no Brasil, teve sua segunda temporada oficialmente confirmada.
Os bicheiros reais por trás dos personagens da série
Um dos nomes mais emblemáticos refletidos na obra é Castor de Andrade, lendário chefe do jogo na Zona Oeste, patrono da Mocidade Independente e figura influente no Bangu. Na série, ele é espelhado em Galego, vivido por Chico Díaz, personagem sofisticado e temido nos bastidores.
Outro núcleo inspirado em figuras históricas é o da família Garcia. Maninho Garcia, conhecido por seu temperamento explosivo e centralidade na disputa pelos pontos de aposta, ajuda a compor o personagem Profeta, interpretado por André Lamoglia. A inspiração também inclui elementos da trajetória de Bernardo Bello, ampliando as camadas do protagonista.
As herdeiras do clã também têm versões ficcionais. Tamara e Shana Garcia, filhas de Maninho, ecoam nas personagens Suzana e Mirna Guerra, que enfrentam a pressão de um ambiente dominado por homens, onde herança e poder raramente chegam às mãos femininas.
Outro paralelo marcante envolve Zé Personal, genro de Maninho, cuja morte na vida real está rodeada de teorias sobre rivalidade e disputa de territórios. Na série, ele é representado por Búfalo (Xamã), um lutador explosivo, obcecado por força física e parte de uma trama que mistura ambição, ciúme e violência.
O personagem Jorge Guerra, vivido por Roberto Pirillo, por sua vez, lembra figuras como Miro Garcia e Anísio Abrão David, este último amplamente conhecido por sua ligação com a Beija-Flor e a Liesa. Já Xavier, interpretado por Otávio Muller, traz traços de Piruinha, bicheiro conhecido por unir aparência dócil a um poder enorme nos bastidores.
Segunda temporada confirmada e mais histórias por vir
O fenômeno da série não se limitou às redes sociais: poucos dias após a estreia, Os Donos do Jogo se tornou a produção mais assistida da Netflix no Brasil, garantindo espaço no topo do ranking por semanas. Diante desse desempenho, a plataforma anunciou a renovação para a segunda temporada, ainda sem data de estreia.
O ator André Lamoglia, protagonista da produção, celebrou o retorno, afirmando que está “feliz em revisitar o personagem” e que a nova fase promete aprofundar ainda mais os conflitos entre as famílias que comandam o submundo das apostas.
A Netflix, inclusive, já vinha trabalhando com a possibilidade de continuidade — rumores apontam que até quatro temporadas podem ter sido planejadas para contar toda a ascensão e queda dessas dinastias criminais.
Ficção e realidade: uma fronteira cada vez mais fascinante
A força de Os Donos do Jogo está justamente na combinação entre drama, ação e elementos históricos. Ao conectar personagens a figuras reais, a série faz mais do que entreter: revisita décadas de influência política, cultural e social dos bicheiros, especialmente no carnaval e no cotidiano das regiões onde atuavam.
Com a segunda temporada confirmada, o interesse do público e o impacto cultural da produção devem crescer ainda mais — e, junto com a ficção, a curiosidade sobre os personagens reais que ajudaram a moldar esse universo.



