Startup de IA jurídica capta US$ 150 milhões e alcança valor de mercado de US$ 8 bilhões
A empresa Harvey, especializada em automação e análise jurídica com inteligência artificial, consolida-se como uma das mais promissoras legaltechs do mundo após nova rodada de investimentos.

A startup norte-americana Harvey, focada em soluções de inteligência artificial para o setor jurídico, acaba de levantar US$ 150 milhões em uma nova rodada de captação. Com o investimento, a companhia passou a ser avaliada em cerca de US$ 8 bilhões, consolidando-se como uma das maiores legaltechs do planeta.
Fundada em 2022, a Harvey surgiu com o objetivo de transformar a rotina de advogados e departamentos jurídicos por meio da automação inteligente de tarefas, como revisão de contratos, elaboração de pareceres e pesquisa de jurisprudências. A tecnologia utiliza modelos de linguagem avançados para reduzir o tempo gasto em tarefas repetitivas e aumentar a precisão das análises legais.
A rodada de financiamento contou com a participação de grandes fundos de capital de risco, incluindo o Andreessen Horowitz (a16z), um dos nomes mais influentes do Vale do Silício. O novo aporte marca um salto expressivo na valorização da empresa, que há poucos meses era avaliada em aproximadamente US$ 5 bilhões.
O crescimento da Harvey tem sido impulsionado pela rápida adoção de suas soluções em grandes escritórios de advocacia e instituições financeiras. Segundo fontes de mercado, a startup já ultrapassou a marca de US$ 100 milhões em receita anual recorrente, um desempenho raro para empresas tão jovens no segmento de tecnologia jurídica.
Além da agilidade, o diferencial da Harvey está em combinar inteligência artificial generativa com conhecimento jurídico especializado. A plataforma é capaz de interpretar documentos complexos, identificar riscos contratuais e sugerir melhorias em tempo real, tornando-se um apoio estratégico para profissionais do Direito.
O mercado de IA aplicada ao setor jurídico — conhecido como legaltech — tem atraído a atenção de investidores pela capacidade de reduzir custos e aumentar a produtividade em escritórios e corporações. Estima-se que, nos próximos anos, o uso de inteligência artificial nessa área se torne padrão global, transformando a forma como o trabalho jurídico é conduzido.
Mesmo com a forte expansão, a Harvey enfrenta desafios: garantir a segurança de dados sensíveis, manter a confiabilidade dos resultados gerados por IA e lidar com exigências regulatórias próprias do setor jurídico. Ainda assim, analistas apontam que a startup está bem posicionada para liderar essa transformação.
Com o novo capital, a empresa pretende ampliar sua presença internacional, investir em pesquisa e desenvolvimento e fortalecer parcerias com grandes bancas de advocacia. A expectativa é que, em pouco tempo, a Harvey ultrapasse o status de unicórnio e se torne um dos principais símbolos da integração entre tecnologia e Direito.



