O Agente Secreto: suspense político brasileiro estreia em grande estilo.

A história acompanha Marcelo, um homem de cerca de 40 anos que decide abandonar São Paulo e retornar a Recife em busca de um novo começo. O que parecia um recomeço tranquilo se transforma em um mergulho no passado: à medida que tenta se adaptar à cidade, ele percebe estar sendo vigiado e envolvido em uma teia de mistério e conspiração.

Ambientado em 1977, durante o fim do regime militar, o longa explora temas como memória, identidade e vigilância. O clima de paranoia e desconfiança é reforçado pela estética cuidadosamente construída por Mendonça Filho — uma combinação de cores, trilha sonora psicodélica e referências ao cinema clássico de espionagem.

Diferente de um simples thriller de ação, O Agente Secreto se destaca por usar o suspense como ferramenta para refletir sobre a sociedade brasileira. O roteiro costura a tensão política do período com a jornada pessoal do protagonista, que tenta escapar de um passado que insiste em reaparecer.
Com exibição garantida em mais de 700 salas de cinema pelo país, o filme já foi destaque em festivais internacionais e é o candidato brasileiro ao Oscar 2026 na categoria de Melhor Filme Internacional. A crítica internacional tem elogiado o equilíbrio entre estilo e profundidade, além da performance intensa de Wagner Moura.

Curiosidades de bastidores

A trilha sonora traz faixas do icônico álbum Paêbirú, de Zé Ramalho e Lula Côrtes, reforçando a atmosfera nordestina e psicodélica da trama.
O filme tem referências diretas a Tubarão, de Steven Spielberg — o próprio diretor confessou ter se inspirado na sensação de perigo invisível para criar o clima de tensão.
A estreia mundial aconteceu no Festival de Cannes, onde a produção recebeu elogios por sua fotografia e narrativa simbólica.
O Agente Secreto foi filmado integralmente em Recife, cidade natal do diretor, que já havia ambientado ali outros sucessos, como Aquarius e Bacurau.