
O governo dos Estados Unidos anunciou um investimento de US$ 1,4 bilhão em parceria com as empresas Vulcan Elements e ReElement Technologies, com o objetivo de ampliar a produção nacional de ímãs e componentes feitos a partir de terras raras — minerais fundamentais para motores elétricos, turbinas eólicas, satélites e equipamentos militares.
O acordo, oficializado no início de novembro, prevê a construção de uma nova fábrica no país, com capacidade para produzir até 10 mil toneladas por ano de ímãs de alta performance. O plano também inclui a expansão das operações de reciclagem e refino desses materiais, considerados críticos para a segurança energética e tecnológica dos EUA.
Reduzindo a dependência da China
A iniciativa faz parte da estratégia do governo norte-americano para diminuir a dependência da China, que atualmente domina mais de 90% do mercado global de terras raras. O projeto contempla toda a cadeia produtiva dentro do território americano — desde a coleta e reciclagem de ímãs usados até o processamento químico e a fabricação dos componentes finais.
Estrutura de investimento
O financiamento será composto por recursos públicos e privados. A Vulcan Elements receberá US$ 620 milhões em empréstimos diretos por meio do Office of Strategic Capital, vinculado ao Departamento de Defesa, para viabilizar a meta de produção.
O Departamento de Comércio contribuirá com US$ 50 milhões em incentivos fiscais, enquanto cerca de US$ 550 milhões virão de investidores privados.
Já a ReElement Technologies contará com um empréstimo adicional de US$ 80 milhões para ampliar sua capacidade de reciclagem e purificação de óxidos de terras raras.
Governo se torna acionista
Como parte do acordo, o governo dos Estados Unidos assumirá participação acionária nas empresas envolvidas. O Departamento de Defesa receberá warrants, instrumentos que permitem a compra futura de ações, e o Departamento de Comércio terá participação direta de US$ 50 milhões na Vulcan Elements.
Na divisão de responsabilidades, a ReElement será encarregada da reciclagem e produção de óxidos de alta pureza, enquanto a Vulcan cuidará do refino dos metais e da fabricação dos ímãs, essenciais para a indústria de tecnologia, energia limpa e defesa nacional.



