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A Jornada pela Resiliência Cibernética: Um Ponto de Partida com o NIST CSF
Por Rodrigo Rocha

É com grande satisfação que recebo o convite do Café com Bytes para ser colunista desta revista digital. Espero que esta jornada seja um espaço para compartilhar reflexões, experiências e boas práticas sobre cibersegurança e resiliência digital — temas que hoje transcendem a tecnologia e alcançam o comportamento humano, a cultura organizacional e a estratégia de negócio.
Muito se tem falado sobre resiliência cibernética, mas ainda há um desafio importante: transformar o conceito em prática cotidiana. Por isso, acredito que um excelente ponto de partida para esta conversa é o NIST Cybersecurity Framework (CSF) — um dos modelos mais reconhecidos e adotados no mundo quando o assunto é maturidade em segurança da informação.
O que é o NIST CSF?
Desenvolvido pelo National Institute of Standards and Technology (NIST), o CSF fornece uma estrutura simples e flexível para ajudar empresas a identificar, proteger, detectar, responder e recuperar-se de incidentes de segurança. Mais do que um checklist técnico, o framework é um mapa estratégico, que orienta decisões e conecta tecnologia, processos e pessoas em um único propósito: garantir a continuidade do negócio diante de ameaças inevitáveis.
Os Cinco Pilares do NIST CSF
O modelo se apoia em cinco funções essenciais que formam o ciclo da resiliência:
1.Identificar (Identify) – Entender os ativos, riscos e contextos críticos do negócio.
2.Proteger (Protect) – Implementar salvaguardas adequadas para limitar ou conter o impacto de um incidente.
3.Detectar (Detect) – Estabelecer mecanismos para reconhecer eventos e anomalias com rapidez.
4.Responder (Respond) – Definir processos claros para reagir a incidentes e minimizar danos.
5.Recuperar (Recover) – Restaurar capacidades e serviços, aprendendo com o ocorrido.
Essas funções são interdependentes e formam um ciclo contínuo de aprimoramento, em que cada aprendizado fortalece o próximo passo.
Benefícios na Adoção do Framework
Adotar o NIST CSF traz benefícios claros:
•Facilita o alinhamento entre tecnologia e negócios, traduzindo riscos técnicos em linguagem executiva;
•Proporciona maturidade progressiva, permitindo evolução de acordo com o tamanho e complexidade da organização;
•Favorece a priorização de investimentos, ao focar em controles que realmente reduzem o risco;
•E, sobretudo, promove uma cultura de resiliência, onde o foco vai além da prevenção — alcançando resposta, aprendizado e continuidade.
Armadilhas Comuns
Apesar de sua clareza, o framework pode ser mal interpretado se for aplicado como um modelo puramente documental ou como projeto isolado de TI. A verdadeira força do NIST CSF está na sua integração transversal — envolvendo lideranças, equipes operacionais e áreas de negócio. Outro erro comum é tratá-lo como “padrão de conformidade”, quando seu propósito é orientar a evolução contínua, não apenas cumprir requisitos.
Para Saber Mais
O próprio NIST disponibiliza gratuitamente uma vasta coleção de guias, exemplos e atualizações do framework, que podem ser consultados em:
👉 https://www.nist.gov/cyberframework
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Rodrigo Rocha é cofundador e Head de Cibersegurança da Gruppen IT Security, com mais de duas décadas de experiência em tecnologia. Atua na liderança de projetos de segurança defensiva e ofensiva, tendo na resiliência cibernética o eixo central de sua abordagem estratégica.



