
Em nota divulgada nesta terça-feira, 28, as federações de trabalhadores do setor de telecomunicações Fenattel, Fitratelp e FITT/Livre expressaram “profunda preocupação” com a situação pré-falimentar da Oi e se posicionaram contra a possível liquidação da empresa pela Justiça, que pode ocorrer nos próximos dias.
Segundo os sindicatos, que representam funcionários da Oi e suas subsidiárias Serede e Tahto, há uma “iminente ameaça de desemprego em massa a partir de 1º de novembro” caso a liquidação seja decretada. As entidades também criticaram o “silêncio da administração e dos interventores” nomeados pela Justiça diante de questionamentos dos trabalhadores.
“As entidades protocolaram pedidos formais de audiência com os interventores judiciais das empresas, Dra. Tatiana Binato (Serede e Tatho) e Dr. Bruno Resende (Oi S.A.). No entanto, esta reunião, considerada fundamental e inadiável para debater a defesa do emprego e da renda, ainda não foi agendada”, lamentaram as federações.
Os sindicatos destacaram que a falta de informações sobre o futuro dos colaboradores está prejudicando a saúde emocional dos trabalhadores, que temem perder seus empregos. Além disso, reclamam da transferência de contratos da Oi Serviços para terceiros sem nenhuma garantia sobre a manutenção do quadro de funcionários.
Outro ponto crítico apontado pelas federações é o descumprimento, pela Oi, do pagamento de uma parcela do PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2024, que deveria ter sido quitada em 21 de outubro, prejudicando centenas de empregados.
Defesa da recuperação da Oi
Fenattel, Fitratelp e FITT/Livre afirmam que a Oi possui patrimônio suficiente para superar a crise sem a decretação da falência. “As federações rechaçam a ideia de liquidação. É necessário otimizar os ativos da companhia para sua recuperação e não apenas para pagamento de dívidas”, afirmaram.
Segundo os sindicatos, participações acionárias da Oi na V.tal, os mais de 7 mil imóveis da empresa e até créditos oriundos de arbitragem com a União poderiam ser utilizados para recuperação financeira da companhia.
“A Oi é gigante e tem patrimônio para sair da crise, falta apenas vontade e coragem para manter os empregos dos trabalhadores”, declararam.
Em 30 de setembro, a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela recuperação judicial da Oi, decretou a antecipação da liquidação parcial da empresa, suspendendo o pagamento de débitos, destituindo a diretoria e transferindo a prestação de serviços essenciais para interventores. A decisão estipulava que a liquidação integral seria decidida em até 30 dias.



