Um ano atrás, o local era apenas uma área agrícola. Hoje, 485 hectares próximos ao Lago Michigan abrigam o Projeto Rainier, um dos maiores centros de dados de inteligência artificial em operação no mundo.
O complexo é dedicado a treinar modelos de IA inteiramente nos chips da Amazon e já está em funcionamento, atendendo à Anthropic, a startup por trás do Claude, uma das maiores clientes de nuvem da empresa.
O investimento de US$ 11 bilhões da Amazon faz parte de uma corrida global para construir centros de supercomputação capazes de atender à crescente demanda por inteligência artificial. Empresas como OpenAI, Meta e Alphabet também estão expandindo seus data centers, com projetos como Stargate e Hyperion, planejados para gerar capacidades de computação gigantescas.
Matt Garman, CEO da Amazon Web Services, destacou à CNBC que o Rainier não é um projeto futurista. “Eles estão executando e treinando seus modelos hoje”, afirmou.
O sucesso do Rainier depende não apenas do capital investido, mas da capacidade de entregar infraestrutura de IA rapidamente — algo em que a Amazon tem experiência, graças à sua rede global de logística e centros de distribuição. Mike Krieger, diretor de produtos da Anthropic, afirmou que “a Amazon é incrível em transformar planos em produtos prontos para uso”.
O complexo Rainier começou a ser planejado na primavera de 2023, pouco depois do lançamento do ChatGPT, e envolve parcerias estratégicas com a Indiana Michigan Power. O acordo de US$ 11 bilhões com o estado é o maior investimento de capital da história de Indiana.
A construção começou em setembro de 2024, e atualmente sete edifícios já estão operacionais, com mais dois em construção. Quando finalizado, o Rainier terá 30 prédios e consumirá mais de 2,2 gigawatts de eletricidade — energia suficiente para abastecer mais de 1,6 milhão de residências.
Além do Rainier, a Amazon anunciou recentemente 14 mil demissões para reduzir burocracia e realocar recursos para áreas estratégicas, como inteligência artificial e os chips Trainium.
