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Black Friday 2025: projeção de faturamento de R$ 13 bilhões exige IA para superar a “Crise da Confiança” dos consumidores

Com projeção de crescimento recorde, o sucesso do varejo depende da transparência: 86% dos consumidores só compram de marcas que provam a legitimidade das ofertas, forçando o uso massivo da Inteligência Artificial

O cenário da Black Friday 2025 é de otimismo recorde, mas com alta exigência do consumidor. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projeta que o evento deve movimentar cerca de R$13 bilhões, um salto que consolida o comércio brasileiro à frente de mercados maduros na velocidade da digitalização.

No entanto, o crescimento ambicioso depende de um fator crítico: a credibilidade. O consumidor de 2025 está mais racional e menos tolerante à “Black Fraude”. Pesquisa recente da Locaweb revela que 86% dos consumidores brasileiros apontam a transparência sobre preços e condições como o fator mais relevante para a decisão de compra.

Marcas como a Jitterbit garantem que grandes nomes do varejo como Electrolux, Sony, Lindt, Americanas, Plurix e Swift tenham a base tecnológica necessária, utilizando sua plataforma de IA para implementar soluções seguras e escaláveis que eliminam fricções. “O sucesso da Black Friday de 2025 será medido pela capacidade das empresas de escalar a confiança, e não apenas o faturamento. Não basta ter a melhor oferta; é preciso provar que ela é legítima em milissegundos”, afirma Marcos Oliveira, Global Software Engineer Manager da Jitterbit.

O setor de TI no Brasil, fundamental para o varejo, deve crescer 13% em 2025 (Brasscom/IDC), com foco estratégico em IA, Cibersegurança e Big Data & Analytics. Esses investimentos são cruciais para que a infraestrutura suporte o pico de demanda e neutralize a crescente tentativa de fraudes, que pode custar milhões ao setor.

A Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) destaca ainda o papel da IoT como aliado do varejo nesta jornada. “A Black Friday não acontece apenas no e-commerce. Cada clique do consumidor depende de uma cadeia logística, de meios de pagamento conectados e de estoques visíveis em tempo real. Sensores, rastreabilidade e integração entre sistemas são fatores que só a IoT pode viabilizar em grande escala. Essa inteligência invisível garante que a promessa feita na tela seja cumprida na entrega, fortalecendo a confiança do consumidor em um momento decisivo”, afirma Paulo Spaccaquerche, presidente da ABINC.

A Inteligência Artificial e as tecnologias emergentes se consolidam como essenciais na jornada de compra. A pesquisa global “Voz do Consumidor 2025”, da PwC, mostra um impacto crescente da tecnologia nos hábitos de consumo, com cerca de 70% dos consumidores no Brasil e no mundo usando wearables ou apps de saúde. Indo além, mais da metade dos brasileiros já se sente confortável em usar IA Generativa para planejar compras.

O estudo ISG Provider Lens™ – Digital Business Innovation Services 2025 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, destaca que empresas que priorizam a transformação digital estão em vantagem, enquanto aquelas que resistem à adoção de novas tecnologias podem vir a perder espaço no mercado. “A IA, em especial GenAI, passa a ser essencial à medida que não apenas melhora as práticas organizacionais existentes, mas as transforma, alterando a maneira como as empresas operam. A GenAI é capaz de criar oportunidades que permitam antecipar as necessidades dos consumidores, automatizar processos para reduzir custos e personalizar serviços para aumentar a satisfação do cliente”, comenta Adriana Frantz, lead analyst da TGT ISG e autora do estudo.

A Yalo, por exemplo, tem recriado a experiência de vendas ao implementar agentes inteligentes acionados por IA que atuam como consultores virtuais em grandes players do mercado como Kibon, Kellanova, Colgate, Nestlé e Mondelez. “Na Black Friday, onde a velocidade e a confiança são cruciais, a IA não só atende, ela antecipa. Nossos agentes permitem que cada cliente se sinta único, recebendo ofertas relevantes de forma imediata. É a única forma de converter o consumidor que passou meses monitorando preços, transformando um pico de vendas em fidelidade duradoura”, afirma Danilo Rocha, Diretor de Vendas da Yalo.

Roberto Pereira Ave Faria, VP da Quality Digital, explica que a Black Friday de 2025 irá muito além de preço, servindo como teste de confiança do cliente final. O consumidor de hoje compara, analisa e só compra de quem demonstra legitimidade nas ofertas. Segundo ele, para conquistar esse cliente, não basta apenas investir em grandes campanhas, mas sim cuidar da jornada inteira, da primeira busca até o pós-compra. “Para isso, empresas devem adotar tecnologias como o Delivery Promise, que exibe prazos já na primeira página, reduz abandonos e traz previsibilidade. Ajustes simples de usabilidade – como botão de compra fixo ou mensagens de escassez – aceleram a decisão. No pós-abandono, o WhatsApp com pagamento nativo recupera carrinhos que seriam perdidos. A Inteligência Artificial fecha o ciclo: corrige falhas de preço e estoque em tempo real, bloqueia fraudes milionárias e identifica anomalias em minutos. Na Black Friday, quando cada detalhe vale milhões, só quem orquestra toda a jornada com transparência e inteligência transforma o pico de vendas em confiança duradoura”.

A Black Friday 2025 não será apenas uma guerra de preços, mas um teste de maturidade digital e transparência para o varejo brasileiro. “Esse comportamento exige maturidade do varejo. A decisão de compra não depende apenas de preço. Depende da capacidade de oferecer crédito seguro, avaliar risco com precisão e transformar dados em inteligência aplicada. O cliente compara, analisa e decide com base em confiança. O maior desafio está no equilíbrio entre agressividade comercial e solidez financeira. O desconto atrai, mas é a experiência confiável que garante a recompra. A Black Friday não termina na sexta-feira. O relacionamento construído define se o resultado será fidelidade ou inadimplência”, explica Letícia Alcântara, especialista em Dados e Crédito.

“A lógica da Black Friday mudou. O consumidor não aceita mais truques ou meias verdades: ele quer confiança, legitimidade e experiência personalizada. Colocar o cliente no centro não significa criar grandes projetos de transformação digital ou gastar milhões em tecnologia — significa entender de fato quem ele é, o que valoriza e como se relaciona com a marca. Eu sempre digo que a diferença entre um bom e um grande empreendedor está em ir além da obrigação. Se na Black Friday uma empresa mostra que ouviu, personalizou e entregou valor real — seja em preço justo, clareza na comunicação ou experiência confiável — ela não só vende mais, como conquista fidelidade. A Inteligência Artificial é o que torna isso possível em escala: antecipar necessidades, detectar fraudes em segundos e ajustar ofertas em tempo real. Mas no fundo, o que está em jogo não é a IA, é a capacidade de usar a tecnologia para provar, em cada detalhe, que o cliente é realmente o centro da estratégia.” — Marcel Nobre, pesquisador, palestrante e especialista em inovação, tecnologia e educação.

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