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Exportações chinesas de ímãs de terras raras para os EUA despencam em setembro

Redução de quase 30% reforça tensão comercial e acelera busca por cadeias de suprimentos alternativas

As exportações de ímãs de terras raras da China para os Estados Unidos caíram 28,7% em setembro, encerrando meses de recuperação no comércio bilateral. Segundo dados da Administração Geral de Alfândegas da China, o volume exportado para os EUA chegou a 420,5 toneladas, cerca de 30% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

Esse é o segundo declínio mensal consecutivo após uma breve recuperação iniciada em junho, quando Pequim agilizou licenças de exportação durante negociações comerciais com autoridades americanas em Londres. Desde setembro, empresas chinesas enfrentam regras mais rígidas para obtenção de licenças de exportação, e os dados não refletem a expansão do regime de licenciamento implementada no início deste mês.

A China domina cerca de 90% do mercado global de ímãs permanentes de terras raras, assim como o refino dos elementos usados na fabricação desses componentes, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Esses ímãs são essenciais para veículos elétricos, energia renovável, eletrônicos e sistemas de defesa, e restrições anteriores causaram escassez e interrupções em diversos setores no início de 2025.

O impacto não se restringe aos EUA: as exportações totais de ímãs de terras raras da China caíram 6,1% em setembro, segundo dados alfandegários. Em resposta, os Estados Unidos e parceiros têm acelerado esforços para criar cadeias de suprimentos alternativas.

Na segunda-feira, EUA e Austrália assinaram um acordo de minerais de até US$ 8,5 bilhões, com financiamento para projetos destinados a aumentar o fornecimento de terras raras e outros minerais estratégicos para defesa e energia. Além disso, a empresa americana Noveon Magnetics firmou um memorando de entendimento com a australiana Lynas Rare Earths para desenvolver uma cadeia de produção americana escalável de ímãs de terras raras.

No entanto, a produção desses ímãs é altamente complexa e depende de mineração e refino especializados. Atualmente, apenas algumas empresas nos EUA fabricam ímãs internamente, muitas ainda em estágios iniciais de desenvolvimento, o que reforça a dependência histórica da China nesse setor estratégico.

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