A Embraer encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um marco histórico: sua carteira de pedidos (backlog) chegou a US$ 31,3 bilhões, o maior volume já registrado pela companhia. O resultado representa alta de 38% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado pela recuperação global da demanda por jatos regionais e executivos, além da expansão da unidade de Serviços & Suporte.
Segundo a empresa, o desempenho foi sustentado por novos contratos nos segmentos de Aviação Comercial e Executiva, assim como pelo crescimento constante em Defesa & Segurança. No trimestre, a Embraer entregou 62 aeronaves, aumento de 5% em relação às 59 unidades entregues no mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, foram 148 entregas, avanço de 16% sobre os nove primeiros meses de 2024.
“Esse desempenho reflete nossa estratégia de longo prazo, com crescimento consistente em todos os negócios e uma base diversificada de clientes ao redor do mundo”, afirmou Gui Paiva, CFO e diretor de Relações com Investidores da Embraer. “Estamos observando um ciclo sólido de expansão, apoiado por eficiência industrial e fortalecimento dos serviços.”
Aviação Comercial
O segmento atingiu US$ 15,2 bilhões em pedidos firmes, o maior nível desde 2016, 37% acima do ano passado e 16% superior ao trimestre anterior. Com um book-to-bill de 2,7x nos últimos 12 meses, as vendas superaram em quase três vezes as entregas.
O destaque ficou com o E195-E2, que passará a integrar as frotas da Avelo Airlines, nos EUA, e do Grupo LATAM, na América do Sul. A Avelo firmou pedido de 50 jatos, com opção de mais 50, enquanto o LATAM fechou 24 aeronaves firmes e 50 opções adicionais.
No período, a Embraer entregou 20 jatos comerciais: E175 para American Airlines e Republic Airlines, E190-E2 para Azorra e E195-E2 para Porter, Azorra, Aircastle e Mexicana. O backlog total do segmento soma 490 aeronaves, distribuídas entre E175 (200 unidades), E190-E2 (37) e E195-E2 (253).
Aviação Executiva
O segmento registrou backlog de US$ 7,3 bilhões, crescimento de 65% em relação ao mesmo período de 2024, com 41 entregas no trimestre, repetindo o desempenho do ano anterior.
O trimestre também marcou a entrega do jato executivo nº 2.000, um Praetor 500 destinado ao departamento de aviação de uma grande empresa. No acumulado do ano, foram 102 aeronaves entregues, representando 68% da meta anual — acima da média histórica de 57% nos últimos cinco anos. A previsão é concluir 145 a 155 entregas no segmento em 2025.
Defesa & Segurança
O segmento encerrou o trimestre com backlog de US$ 3,9 bilhões, alta de 8% em relação ao ano anterior. Entre as entregas, destacou-se um KC-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa e cinco unidades do A-29 Super Tucano, quatro para o Panamá e uma para a Sierra Nevada Corporation, dentro de programa que pode gerar novos pedidos do governo dos EUA.
A Embraer também ajustou o contrato com a Força Aérea Brasileira, reduzindo de 19 para 18 unidades do KC-390 para liberar capacidade produtiva a exportações. Pedidos da Suécia, Eslováquia e Lituânia ainda estão em fase de finalização e não constam no backlog.
Serviços & Suporte
A unidade manteve carteira recorde de US$ 4,9 bilhões, com crescimento de 40% em 12 meses, impulsionada por contratos de manutenção, peças, retrofit e modernização de jatos comerciais e executivos.
“Serviços & Suporte tem se consolidado como um dos principais motores de rentabilidade da Embraer”, afirmou Paiva. “A previsibilidade de receitas e a proximidade com os operadores são pilares do nosso crescimento sustentável.”
