
O Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) planeja expandir suas táticas de aplicação da lei, buscando contratar analistas para vasculhar e minerar dados em massa de mídias sociais e fontes abertas. O objetivo é transformar postagens públicas em inteligência para rastrear indivíduos suspeitos de violar leis de imigração.
Uma solicitação de contrato publicada nesta quinta-feira revela que o ICE procura cerca de 30 contratados para conduzir investigações e análises de inteligência online. Embora o escopo inclua bancos de dados comerciais, policiais, deep web e darknet, o foco principal será em plataformas de mídia social abertas.
A agência justificou a iniciativa afirmando que abordagens anteriores, sem uso de fontes abertas, tiveram sucesso limitado. O ICE destacou que indivíduos em situação irregular “empregam contramedidas para dificultar sua localização”.
O contrato menciona plataformas populares como Facebook, TikTok, Instagram, X (antigo Twitter) e Reddit. No entanto, o documento também incluiu o extinto Google+, desativado há mais de seis anos, e seu sucessor, Currents, encerrado em 2023, levantando dúvidas sobre o conhecimento técnico da estratégia proposta.
Este esforço do ICE ocorre em meio a críticas sobre o uso de vigilância digital e monitoramento de dissidência. Em 2024, a agência já havia tentado desenvolver sistemas para escanear mídias sociais e fornecer “análise de sentimentos comportamentais”, gerando preocupações sobre policiamento da liberdade de expressão.
Historicamente, o ICE foi criticado por deportações controversas e pelo uso de software de reconhecimento facial móvel contra cidadãos americanos durante protestos. Recentemente, a agência também restabeleceu um contrato de spyware com a Paragon Solutions. Se aprovado, o novo programa de monitoramento em mídias sociais poderá operar até 2031, com os contratados atuando nas instalações do ICE em Vermont e Califórnia.