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Fundador da iRobot alerta sobre riscos de robôs humanoides e limitações da IA em tarefas humanas

Rodney Brooks recomenda manter distância segura de robôs bipedais e destaca falta de tato e precisão em humanoides atuais

Vídeos de testes com robôs humanoides, frequentemente compartilhados por empresas de tecnologia, podem dar uma impressão equivocada de segurança. Rodney Brooks, fundador da iRobot — responsável pelo aspirador Roomba — e professor emérito do MIT, alerta que robôs humanoides em tamanho real podem ser perigosos se manipulados de perto.

Em seu site, Brooks recomenda: “Meu conselho às pessoas é não chegar a menos de três metros de um robô humanoide. As empresas que desenvolvem esses robôs também sabem disso.”

Energia e riscos físicos

Segundo o especialista, a distância segura se deve ao uso de motores elétricos potentes e algoritmos de equilíbrio, como o Zero-Moment Point (ZMP). Essa combinação faz com que os robôs gerem níveis altos de energia cinética, capazes de causar ferimentos caso percam a estabilidade. Com robôs maiores, essa energia pode aumentar até oito vezes, aumentando o risco de acidentes.

“Até que se desenvolva uma versão mais segura de robô bípede — que permita proximidade ou até contato físico com pessoas — não veremos humanoides certificados para operar em ambientes compartilhados”, complementa Brooks.

Limitações da inteligência artificial e do tato robótico

Brooks critica o uso de vídeos de humanos para treinar IA, apontando que os robôs não conseguem replicar totalmente a percepção tátil humana. “Robôs humanoides precisarão de um sentido de tato e de percepção tátil avançada que ainda não foi desenvolvido em laboratório para realizar tarefas humanas com precisão”, explica o engenheiro.

Futuro dos robôs humanoides

O especialista prevê que os robôs devem se distanciar das características humanas. Alternativas como robôs com rodas, braços adicionais ou garras especializadas estarão em alta, mantendo o conceito de humanoide, mas com estruturas mais seguras e eficientes.

“Haverá versões com um, dois ou três braços, mãos com cinco dedos ou garras de dois dedos, e até ventosas. Mas ainda serão considerados robôs humanoides”, conclui Brooks.

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