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Gel à base de chica acelera cicatrização de feridas, superando tratamentos convencionais

Desenvolvido pela Unicamp, gel mucoadesivo reduz tempo de recuperação em até 50%, mostrando eficácia em pacientes oncológicos

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um gel mucoadesivo à base de Arrabidaea chica, conhecida como chica, crajiru ou carajuru, que demonstra uma capacidade superior na cicatrização de feridas em comparação aos métodos tradicionais. Estudos clínicos indicam que o tratamento com esse gel pode reduzir o tempo de recuperação para lesões cutâneas e mucosas em até 50%, quando comparado ao uso de laser, que pode levar até 15 dias para resultados semelhantes.

A pesquisa, iniciada em 2003, envolveu a análise das propriedades químicas e farmacológicas da planta nativa brasileira. A equipe da Unicamp identificou variedades da chica com concentrações mais elevadas de compostos com propriedades cicatrizantes. A partir desses extratos, foram desenvolvidas formulações farmacêuticas utilizando sistemas de liberação micro e nanoparticulados, além de lipossomas, resultando em duas tecnologias protegidas que podem gerar novos produtos para o tratamento de lesões cutâneas.

O gel tem se mostrado eficaz no tratamento de mucosite oral, uma inflamação da mucosa da boca, frequentemente observada em pacientes oncológicos submetidos a quimioterapia ou radioterapia. Essa condição pode levar a infecções secundárias graves e dificultar a alimentação, contribuindo para desfechos negativos na saúde do paciente. A redução no tempo de tratamento é significativa, pois cada dia de um paciente oncológico faz toda a diferença; quanto mais tempo com a ferida, mais o paciente está vulnerável.

Com base nos dados do ambulatório de transplante de medula óssea do Hospital de Clínicas da Unicamp, o comitê de ética aprovou, em abril de 2025, um adendo que permite que todos os pacientes que desenvolverem mucosite oral, após a profilaxia com laser, recebam tratamento exclusivamente com o gel mucoadesivo de Arrabidaea chica.

Esse avanço representa uma significativa contribuição da pesquisa brasileira para a medicina, oferecendo uma alternativa mais rápida e eficaz no tratamento de feridas, especialmente em pacientes vulneráveis como os oncológicos.

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