A Microsoft anunciou na quinta-feira a suspensão de determinados serviços prestados a uma divisão do Ministério da Defesa de Israel. A empresa não detalhou quais serviços foram interrompidos.
A decisão foi tomada após a investigação de uma reportagem do The Guardian, publicada em agosto, que apontava que a Unidade 8200 das Forças de Defesa de Israel teria criado um sistema para monitorar chamadas telefônicas de palestinos.
Em comunicado interno enviado aos funcionários, Brad Smith, presidente e vice-presidente da Microsoft, afirmou que a empresa encontrou “evidências que corroboram elementos da reportagem”, incluindo dados relacionados ao uso de armazenamento do Azure e serviços de inteligência artificial pelo Ministério da Defesa de Israel na Holanda.
A interrupção dos serviços ocorre em meio à pressão de funcionários que protestaram contra a utilização do software da Microsoft por Israel durante a invasão de Gaza. Recentemente, cinco colaboradores foram demitidos por participarem de protestos na sede da empresa em Redmond, Washington.
Além disso, a decisão vem uma semana após uma comissão das Nações Unidas afirmar que Israel cometeu genocídio contra os palestinos na região.
A Microsoft comunicou às autoridades israelenses que desativaria o armazenamento em nuvem e as assinaturas de IA utilizadas pela agência, ressaltando que a empresa não analisa dados de clientes para fins de vigilância. Smith também agradeceu ao The Guardian pela cobertura jornalística do caso.
Fontes de inteligência não identificadas informaram ao The Guardian que a Unidade 8200 planeja migrar suas operações de monitoramento de chamadas para a Amazon Web Services (AWS), líder em nuvem pública. A AWS ainda não comentou o assunto.
