
A Broadcom, líder global em semicondutores e software, divulgou resultados financeiros impressionantes no terceiro trimestre de 2025, com receita de US$ 15,95 bilhões e lucro líquido de US$ 4,1 bilhões. O desempenho foi impulsionado por um crescimento expressivo de 26% no setor de chips e 17% na divisão de software de infraestrutura — esta última, fortemente beneficiada pela recente aquisição da VMware, que adicionou cerca de US$ 4 bilhões à receita anual da empresa.
No entanto, durante a teleconferência com investidores, o CEO da Broadcom, Hock Tan, revelou um desafio significativo por trás dos números positivos: embora cerca de 90% dos 10 mil maiores clientes da VMware tenham adquirido o pacote VMware Cloud Foundation (VCF), muitos ainda não começaram a usá-lo.
O VCF é uma solução completa para nuvem privada que reúne diversos produtos da VMware. Historicamente, a maioria dos clientes utilizava apenas partes desse portfólio. Agora, mesmo após investirem no pacote completo, muitos desses contratos permanecem “na prateleira”, sem implementação ativa.
Tan destacou que o próximo passo será o “trabalho duro”: ajudar os clientes a colocarem o VCF em produção, um processo que pode levar até dois anos. Caso a adoção seja bem-sucedida, a Broadcom espera desbloquear novas oportunidades de receita, principalmente com serviços avançados ligados à segurança digital e inteligência artificial empresarial.
Apesar da visão otimista, o CEO reconheceu que essa fase crítica pode representar uma brecha para concorrentes da VMware, que podem aproveitar a lentidão na adoção do VCF para atrair empresas para suas próprias plataformas.