
O estado de São Paulo mantém a liderança no ranking de inovação no Brasil, de acordo com os dados mais recentes do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid), divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com pontuação de 0,872 em uma escala de 0 a 1, São Paulo permanece no topo desde que o índice começou a ser medido, em 2014.
Esse desempenho é quase três vezes superior à média nacional (0,296), evidenciando a força do estado em áreas como capital humano, infraestrutura, tecnologia e economia criativa.
Além de São Paulo, outros cinco estados superam a média nacional:
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Santa Catarina (0,449)
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Paraná (0,413)
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Rio de Janeiro (0,410)
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Rio Grande do Sul (0,398)
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Minas Gerais (0,368)
Estados do Sul avançam no ranking
Nos últimos anos, o cenário começou a mudar. Estados como Santa Catarina e Paraná vêm se destacando com melhorias consistentes. Em 2015, Santa Catarina era o terceiro no ranking, subindo para o segundo lugar em 2020 e se mantendo nessa posição em 2025. Já o Paraná subiu do sexto para o terceiro lugar em cinco anos.
Por outro lado, o Rio de Janeiro, que ocupava a vice-liderança há uma década, caiu para a quarta posição.
Inovação se descentraliza no Brasil
Apesar da hegemonia paulista, o INPI destaca uma “leve desconcentração” da inovação no país. Sete estados vêm diminuindo a diferença para São Paulo: Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Paraíba, Alagoas, Piauí e Amapá.
Em 2015, a pontuação média das unidades federativas correspondia a 28% do desempenho paulista. Em 2025, essa proporção subiu para 29%. Segundo o INPI, isso reflete um “movimento leve, mas constante de descentralização das atividades inovadoras”.
Durante o evento Startup Summit, realizado em Florianópolis, o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, afirmou que o índice revela uma nova configuração da inovação no país:
“A inovação deixou de ser exclusividade dos grandes centros e se espalhou para outras regiões, atraindo investimentos e impulsionando novos negócios”, destacou Ventura.
Como o índice é calculado
O Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid) é inspirado no modelo do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
A metodologia considera sete pilares principais:
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Instituições
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Capital humano
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Infraestrutura
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Sofisticação do mercado
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Sofisticação dos negócios
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Conhecimento e tecnologia
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Economia criativa
Dentro desses eixos, são avaliadas variáveis como crédito, investimentos, educação, regulação, sustentabilidade, geração de conhecimento e uso de ativos intangíveis.
Posição do Brasil no cenário internacional
No Índice Global de Inovação 2024, o Brasil ocupa a 50ª posição entre 133 países. Apesar de ter recuado uma posição em relação a 2023, o país subiu 20 posições desde 2015. Com isso, segue como a nação mais inovadora da América Latina, à frente de Chile (51º) e México (56º).