Cortical Labs lança CL1, o primeiro computador biológico comercial com neurônios humanos e silício

A startup australiana Cortical Labs anunciou o lançamento do CL1, considerado o primeiro computador biológico comercial do mundo. O dispositivo une neurônios humanos cultivados em laboratório a circuitos de silício, criando um novo tipo de inteligência adaptativa chamada Inteligência Biológica Sintética (SBI). Capaz de executar códigos diretamente nas redes neurais vivas, o CL1 abre caminho para avanços em áreas como inteligência artificial, descoberta de fármacos e neurociência.

O equipamento abriga cerca de 800 mil neurônios humanos, mantidos vivos por até seis meses por meio de um sistema que controla temperatura, nutrientes, gases e elimina resíduos. Essa estrutura é controlada pelo biOS, um sistema operacional biológico que interpreta respostas das células em milissegundos, permitindo aprendizado e interação em tempo real.

Lançado oficialmente em março de 2025, o CL1 está disponível por US$ 35 mil ou no modelo de aluguel Wetware-as-a-Service, a partir de US$ 300 por semana. Seu consumo energético é outro destaque: entre 850 e 1.000 watts, muito inferior ao de GPUs utilizadas em grandes data centers.

Além do potencial de acelerar pesquisas médicas, o CL1 levanta discussões éticas sobre o uso de neurônios humanos. A Cortical Labs afirma que as células utilizadas não possuem consciência e defende a importância de acompanhar o avanço tecnológico com regulamentações e debates éticos.

Especialistas acreditam que o CL1 pode revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia, oferecendo desempenho elevado com baixo consumo de energia, e aproximando ainda mais a fronteira entre biologia e computação.