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Nvidia e AMD fecham acordo com EUA para retomar exportações de chips à China

Gigantes de semicondutores aceitaram repassar 15% da receita de vendas ao governo americano em troca de licenças para comercializar chips H20 e MI308 no mercado chinês.

A Nvidia e a AMD concordaram em ceder 15% de sua receita obtida com vendas para a China ao governo dos Estados Unidos, segundo confirmou a Casa Branca nesta segunda-feira (data). A medida, revelada pelo Financial Times, abre debate sobre o impacto nos negócios das duas gigantes de semicondutores e a possibilidade de Washington adotar acordos semelhantes com outras empresas.

Em troca desse repasse, ambas receberam licenças de exportação para comercializar na China o chip H20, da Nvidia, e o MI308, da AMD — produtos de alto desempenho desenvolvidos para atender às exigências do controle de exportação americano.

“Seguimos as regras estabelecidas pelo governo dos EUA para atuar nos mercados globais. Embora não tenhamos enviado H20 para a China há meses, acreditamos que as medidas permitirão que o país mantenha sua competitividade na área de IA”, afirmou a Nvidia em comunicado à NBC News.

A AMD, por sua vez, informou que seus pedidos de licença para exportar o MI308 foram aprovados.

O acordo, elaborado durante o governo do presidente Donald Trump, foi classificado por analistas ouvidos pela CNBC como “incomum”, mas visto como positivo para as empresas, que voltam a ter acesso ao lucrativo mercado chinês.

Impacto no mercado e reação dos investidores
O H20 da Nvidia foi criado para cumprir as restrições de exportação impostas anteriormente, enquanto a AMD também havia suspendido vendas para a China devido a regras regulatórias. Em julho, ambas sinalizaram a intenção de retomar as exportações, sem mencionar, na época, qualquer exigência de repasse de receita.

O anúncio do novo acordo impulsionou os papéis das duas companhias: as ações da Nvidia subiram de forma modesta, e as da AMD avançaram mais de 2%. Para analistas, o resultado é positivo, pois “85% da receita é melhor que zero”, como destacou Ben Barringer, especialista em tecnologia global da Quilter Cheviot.

Apesar disso, permanece a dúvida sobre se as empresas ajustarão os preços para compensar o corte de 15% ou se absorverão a perda. O cenário é relevante diante da concorrência da chinesa Huawei, principal rival local no setor.

Mesmo com o retorno ao mercado chinês, analistas alertam que a incerteza sobre o futuro das operações das empresas na região ainda persiste.

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