
Era uma vez, em um tempo nem tão distante, um doce que reinava absoluto nas festas, parques e noites de São João: a Maçã do Amor. Brilhante, vermelha, envolta em uma casquinha de açúcar crocante, era símbolo de romantismo, nostalgia e aquele toque retrô que todo mundo ama. Mas os tempos mudaram… e com eles, os paladares — e os algoritmos.
De repente, quem roubou a cena foi o Morango do Amor. Ele chegou discreto, moderno, recheado com brigadeiro, coberto de chocolate belga e com um toque gourmet instagramável. Ganhou filtros, reels e corações. Viralizou. A Maçã do Amor, coitada, foi ficando ali, de canto. Observando, talvez com um leve tom de recalque, talvez com aquele olhar de quem sabe que tudo um dia volta.
Mas o que essa troca açucarada de protagonismo nos ensina sobre o mundo digital e as tendências tech?
No universo da tecnologia, ser tradicional pode até trazer valor afetivo — mas não garante sobrevivência. Quem não se adapta, vira item de museu. Vimos isso com CDs, Orkut, máquinas digitais e agora, talvez, com a própria Maçã do Amor. O mundo exige mais do que sabor: ele quer experiência, novidade, estética, praticidade e, acima de tudo, conexão.
Casos que contam a mesma história…
🔴 Kodak, a Maçã que não viu o Morango chegar:
A Kodak foi pioneira na fotografia, mas não acreditou no potencial da fotografia digital — ironicamente, tecnologia que ela mesma ajudou a desenvolver. Enquanto isso, empresas como Canon, Sony e depois o próprio iPhone reinventaram a forma de registrar momentos. A Kodak ficou com a casquinha de açúcar, mas o recheio já era passado.
🔴 Blockbuster vs. Netflix:
A Blockbuster era o ritual de final de semana. A Maçã do Amor das locadoras. Mas enquanto ela apostava em grandes lojas físicas, a Netflix apostava em um modelo novo, streaming sob demanda, personalizado e digital. Resultado: Netflix virou Morango viral. Blockbuster, uma lenda das antigas.
🔴 Blackberry vs. Apple:
O Blackberry era o executivo de terno e gravata, confiável e formal. A Apple chegou como a fruta mais ousada da feira. Reinventou o celular, colocou a internet no bolso, criou um ecossistema. Hoje o Blackberry é apenas um nome esquecido. E ironicamente, a Maçã (Apple) virou o Morango do Amor do mundo tech.
🔴 Yahoo! x Google:
O Yahoo! dominava o cenário digital nos anos 90, mas estagnou. O Google inovou com algoritmos mais inteligentes, interface limpa, e foco em experiência. Cresceu exponencialmente e se tornou verbo. “Dar um Google” é o Morango do Amor das buscas. O Yahoo virou Maçã esquecida no fundo do cesto.
A metáfora é clara: a Maçã do Amor é aquele produto ou serviço que já foi sensação, mas que não acompanhou a revolução digital. O Morango do Amor representa as startups ágeis, os creators ousados, os negócios que entendem o algoritmo antes que ele mude. É o TikTok versus o Facebook. É a IA generativa no lugar de apresentações longas. É o agora.
E se você, como nós, está tentando entender o que isso tudo significa para o futuro — do marketing, da comunicação, dos negócios —, a boa notícia é que existem lugares certos para refletir sobre tudo isso. O Café com Bytes é um deles. Um espaço onde a tecnologia é discutida sem clichês, com profundidade, sabor e, por que não, uma pitada de humor.
No fim das contas, talvez a Maçã do Amor não precise sumir. Talvez ela só precise de um rebranding. Uma nova embalagem, uma nova casquinha, um novo propósito. Porque no mundo tech — e na vida — sempre há espaço para o clássico… desde que ele saiba se atualizar.
Então, fica a pergunta: você está sendo Morango do Amor ou ainda vive como Maçã do Amor? 🍓🍎
Acompanhe essa e outras reflexões em: www.cafecombytes.com.br.