A China implementou uma medida rígida de segurança aérea: a partir de agora, está proibido o embarque de baterias portáteis (power banks) sem certificação em voos domésticos. A decisão, que entrou em vigor no último sábado (28), foi tomada pela Administração de Aviação Civil da China (CAAC) após o aumento expressivo de casos de superaquecimento e explosões de baterias de lítio durante voos. Passageiros pegos de surpresa tiveram de descartar seus carregadores antes de embarcar, gerando desconforto e incertezas.
A nova regulamentação determina que apenas modelos com Certificação Compulsória da China (3C) serão permitidos nos aviões. Produtos com rotulagem inadequada ou fabricados por marcas que realizaram recalls recentes também estão vetados. Entre as marcas envolvidas em alertas e recolhimentos estão gigantes como Anker, que anunciou recentemente o recall de mais de 1 milhão de unidades nos Estados Unidos e de 700 mil na China, além da Romoss, que recolheu meio milhão de dispositivos.
De acordo com a CAAC, os power banks de baixa qualidade representam riscos ocultos à segurança dos voos, principalmente quando falsificados ou submetidos a processos de fabricação negligentes. Os relatos incluem episódios de incêndios em cabine, como o registrado em um voo da Hong Kong Airlines, que precisou fazer pouso forçado após um carregador pegar fogo em pleno voo. Ninguém ficou ferido, mas as imagens do incidente, com passageiros tentando conter as chamas com garrafas de água, viralizaram.
A decisão da China reflete uma crescente preocupação global. Órgãos reguladores de diversos países já monitoram de perto o uso de baterias portáteis em voos comerciais. Só nos Estados Unidos, foram registrados em 2024 mais de três incidentes quinzenais envolvendo superaquecimento desses dispositivos, número três vezes superior ao de 2018. A expectativa é que outras nações adotem medidas semelhantes para conter os riscos crescentes associados a esse tipo de equipamento.
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