O governo argentino deu início a um amplo plano de desoneração de produtos eletrônicos, começando pela redução gradual do imposto de importação sobre celulares, que atualmente encarece em até 100% o valor dos aparelhos em relação a países como Brasil e Estados Unidos. Segundo o porta-voz presidencial Manuel Adorni, a medida será implantada em duas etapas: a primeira reduz a tarifa de 16% para 8%, com efeito imediato após publicação em decreto; a segunda elimina completamente o imposto, a partir de janeiro de 2026.
A decisão vem em resposta à distorção de preços enfrentada pelos consumidores argentinos. Um celular de alto padrão custa, em média, US$ 2.566 no país, enquanto valores bem menores são praticados em capitais como Nova York (US$ 1.011), Londres (US$ 1.143) e Santiago (US$ 1.147). O governo espera que o corte de impostos leve a uma redução de pelo menos 30% nos preços desses produtos, além de coibir o contrabando e o roubo de aparelhos, problemas agravados pela valorização artificial dos preços internos.
Além dos celulares, o pacote inclui redução de impostos internos sobre TVs e aparelhos de ar-condicionado importados — de 19% para 9,5% — e isenção total para itens fabricados na Terra do Fogo. O governo também diminuirá a alíquota sobre consoles de videogame de 35% para 20%, visando tornar os preços mais competitivos com os mercados vizinhos e estimular o consumo formalizado.
A medida integra a agenda liberal proposta por Javier Milei, que promete uma reforma tributária profunda e o enxugamento da carga fiscal argentina. Segundo o governo, conforme o superávit fiscal se consolida, a tendência é de novas reduções de impostos em diversos setores.
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