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Mistério sob o gelo: sinais de rádio na Antártida podem revelar nova física

Pesquisadores do experimento ANITA (Antarctic Impulsive Transient Antenna) detectaram ondas de rádio incomuns vindas do interior do gelo antártico, desafiando as leis conhecidas da física de partículas. Utilizando balões estratosféricos equipados com antenas de alta sensibilidade, a equipe captou sinais provenientes de ângulos considerados impossíveis para a propagação de neutrinos — partículas que normalmente atravessam a Terra quase sem deixar rastros.

O fenômeno chamou a atenção por escapar às explicações convencionais. As ondas pareciam emergir de profundidades e direções que não se alinham com o comportamento esperado dos neutrinos. Com isso, cientistas passaram a levantar hipóteses sobre a existência de partículas ainda desconhecidas ou interações relacionadas à matéria escura — o componente invisível que representa grande parte da massa do universo, mas cuja natureza ainda é um enigma.

A singularidade dos dados levou os pesquisadores a cruzar informações com outros experimentos, descartando explicações usuais. Entre as teorias propostas está a possibilidade de os sinais serem vestígios de eventos cósmicos em regiões remotas do universo, talvez até além do nosso horizonte observável, o que coloca em pauta revisões importantes nos modelos atuais da astrofísica.

Para a comunidade científica, esse tipo de anomalia pode significar mais do que uma simples curiosidade. Se confirmada como um novo fenômeno, a descoberta tem o potencial de transformar a forma como compreendemos partículas subatômicas, interações cósmicas e até a estrutura do espaço-tempo. Eventos como supernovas e colapsos estelares extremos podem estar por trás desses sinais misteriosos.

Embora os dados ainda sejam preliminares, a equipe do ANITA pretende aprofundar a investigação com missões futuras e validação cruzada com outras plataformas de observação. A expectativa é de que novas coletas possam não apenas confirmar os resultados, mas também abrir portas para uma nova era na física de altas energias.

Foto: Reprodução

Luiza Carneiro

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