
Com a chegada das frentes frias, muitos sentem os impactos imediatos no corpo e no vestuário. Mas há algo que também sofre — e muito — com as quedas bruscas de temperatura: os eletrônicos. Celulares, notebooks, tablets e até TVs podem apresentar comportamentos inesperados nos dias mais gelados. Lentidão, baterias descarregando rapidamente, travamentos e até trincas em telas são sintomas comuns, mas que, com algumas medidas simples, podem ser evitados.
O fenômeno da frente fria, que ocorre quando uma massa de ar frio colide com outra de ar quente, é comum no Brasil entre os meses de abril e agosto. A súbita mudança no clima não afeta apenas o conforto térmico, mas também interfere no desempenho dos dispositivos eletrônicos, principalmente os portáteis. Isso porque esses aparelhos têm uma faixa ideal de temperatura para operar. Abaixo dessa média, os componentes internos — como baterias, processadores e circuitos — precisam trabalhar mais, o que pode levar a instabilidades e falhas de funcionamento.
O impacto mais notável costuma ser nas baterias, especialmente as de íon-lítio, presentes na maioria dos celulares e notebooks. Em ambientes frios, a reação química interna desacelera, tornando o consumo de energia mais intenso e fazendo com que o aparelho desligue sozinho ou descarregue rapidamente. Outro fator de risco é a condensação de umidade: ao sair do frio e entrar em locais mais quentes, pequenas gotículas de água podem se formar dentro do aparelho, comprometendo seus componentes e gerando curtos-circuitos.
As telas também merecem atenção. Modelos com tecnologia LCD ou OLED tornam-se mais frágeis sob temperaturas baixas. O vidro e os materiais internos perdem flexibilidade, o que aumenta o risco de trincas com impactos leves ou até ao simples manuseio. O toque pode falhar e surgirem manchas temporárias. Já os cabos e conectores, por sua vez, sofrem com a rigidez do plástico e a contração dos metais, o que pode resultar em quebras ou falhas de conexão.
Entre os aparelhos mais vulneráveis estão justamente os que estão em constante movimento: celulares, notebooks e smartwatches. Por passarem com frequência de ambientes internos para externos, eles sofrem com a variação térmica. Já dispositivos expostos ao tempo, como caixas de som em varandas ou TVs externas, também correm o risco de deterioração acelerada pela ação contínua do frio.
Para evitar prejuízos, é recomendável usar os dispositivos em locais protegidos do frio extremo, preferencialmente armazenando-os em bolsas com forro térmico ou bolsos internos. Ao sair de um ambiente frio, aguarde alguns minutos antes de ligar ou recarregar o aparelho. Cabos e carregadores devem ser manipulados com delicadeza e guardados longe de temperaturas extremas.
Caso o eletrônico apresente falhas após exposição ao frio, o ideal é desligá-lo e deixá-lo descansar até se adaptar à temperatura ambiente. Persistindo os problemas, ou havendo suspeita de umidade interna, procure uma assistência técnica especializada. Evite desmontar o aparelho por conta própria — o diagnóstico e reparo corretos dependem de conhecimento técnico e ferramentas adequadas.
Em resumo, as baixas temperaturas exigem uma atenção especial não apenas ao corpo, mas também à tecnologia que nos acompanha diariamente. Com cuidados simples e atenção às variações térmicas, é possível evitar danos e garantir o bom funcionamento dos seus dispositivos mesmo durante o inverno.
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