
Com um clima pulsante de otimismo e conexões desde as primeiras horas, a edição 2025 da Gramado Summit abriu as portas no Serra Park reafirmando sua posição como um dos maiores encontros de inovação da América Latina. O evento, que acontece ao longo de três dias, projeta a presença de cerca de 20 mil visitantes, distribuídos entre mais de 500 expositores e 300 palestrantes em sete palcos simultâneos — uma estrutura que reforça o amadurecimento da iniciativa criada em 2017.
À frente do evento, o fundador e CEO Marcus Rossi celebrou não apenas o crescimento numérico, mas o impacto simbólico do encontro. Para ele, a Gramado Summit se consolida como um ambiente diverso, que conecta grandes nomes do empreendedorismo nacional a pequenos inovadores em busca de transformação. A mistura de perfis, segundo Rossi, é o que dá potência à proposta: construir pontes entre diferentes visões de futuro, todas voltadas à inovação como motor de desenvolvimento econômico e social.
Nesta edição, o evento reúne personalidades como Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, e Rony Meisler, da Reserva, além de líderes do esporte, do entretenimento e da comunicação. Com uma programação que aborda desde inteligência artificial e tecnologia até sustentabilidade e comportamento de consumo, a Gramado Summit propõe um ambiente de troca genuína e de aceleração de ideias, onde o networking ganha força e os negócios se desenvolvem em tempo real.
O impacto da feira ultrapassa os limites do universo da inovação: com estimativa de movimentar mais de R$ 120 milhões na economia local, o evento fortalece o turismo e posiciona Gramado como referência não apenas em lazer, mas também em negócios e tecnologia.
Rossi ainda adiantou que os planos para a expansão internacional já estão em curso. A ideia é realizar uma nova edição do Summit em Córdoba, na Argentina, criando uma plataforma genuinamente latino-americana que una turismo, negócios e inovação — reforçando o protagonismo regional do evento ao longo do ano, com edições no Brasil e no exterior.
Um dos momentos mais aguardados da abertura foi a palestra de Marcel Silva, representante do Google Cloud, que abordou a aplicação da inteligência artificial em larga escala como ferramenta de transformação de negócios. Silva destacou que o Google trabalha com IA há mais de 20 anos e que muitas das soluções cotidianas — como Gmail, Android, YouTube e Google Maps — já operam com essa tecnologia embarcada.
O executivo explicou como a IA está sendo utilizada para alavancar eficiência e inovação em setores diversos como saúde, educação, finanças e varejo. Casos como o de uma plataforma médica que acelera diagnósticos, uma fundação que amplia a doação de sangue com apoio da tecnologia, ou ainda a Secretaria de Educação do Paraná, que utiliza IA para detectar dificuldades na alfabetização, foram apresentados como exemplos concretos de impacto social.
A estratégia da empresa se baseia em pilares como criatividade, inovação, produtividade e responsabilidade — este último, tratado como um valor inegociável. Silva enfatizou a importância da transparência, segurança e privacidade no desenvolvimento das soluções, reforçando o compromisso ético do Google no uso de inteligência artificial.
Entre os lançamentos apresentados, o NotebookLM, ferramenta que organiza e transforma conteúdos diversos como textos, vídeos e áudios em novos formatos, ganhou destaque ao lado da nova geração do Gemini 2.5 — um sistema multimodal capaz de interagir com linguagem natural, imagens, vídeos e código. Já o Project Astra, iniciativa voltada a assistentes inteligentes, foi apresentado como um próximo passo na integração entre homem e máquina, com interfaces que leem o ambiente por meio da câmera do celular e tomam decisões em tempo real para facilitar o dia a dia dos usuários.
A palestra também explorou como a IA pode atuar no campo da criatividade, como na recriação digital de obras artísticas ou na adaptação de conteúdos históricos com alta resolução, como o clássico “O Mágico de Oz” em exibição imersiva na Sphere de Las Vegas.
Encerrando sua participação, Marcel Silva destacou a conquista do Nobel de Química por pesquisadores do Google DeepMind pela criação da AlphaFold, ferramenta revolucionária na previsão de estruturas proteicas. Para ele, a inteligência artificial está não apenas no centro da transformação digital, mas como uma força capaz de ampliar a capacidade humana e de trazer respostas a desafios reais da sociedade.
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