
A economia brasileira iniciou 2025 com resultados acima das expectativas: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. O desempenho positivo se apoia fortemente na força do agronegócio, na retomada dos investimentos produtivos e na resiliência do consumo interno, em um contexto global ainda instável. O dado, divulgado em 30 de maio, aponta um começo de ano promissor para a economia do país.
O agronegócio mais uma vez se consolidou como pilar de sustentação da atividade econômica nacional, registrando expansão de 12,2% no trimestre. A recuperação após os prejuízos climáticos de 2024 e uma safra agrícola expressiva impulsionaram o setor, que, sozinho, garantiu a maior parte do crescimento observado. Caso essa contribuição fosse desconsiderada, a alta do PIB teria sido de apenas 0,9%, o que revela o peso decisivo da agropecuária para o desempenho geral da economia. As exportações agrícolas, por sua vez, ajudaram a fortalecer o superávit da balança comercial e contribuíram para conter a inflação, favorecendo a estabilidade no consumo das famílias.
Outro destaque foi a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que subiu 3,1% no trimestre. Esse indicador mede os investimentos realizados em bens de capital, como máquinas, construções e infraestrutura. O avanço indica que há um ambiente mais favorável para negócios, com sinais claros de confiança por parte do setor produtivo — tanto de empresas nacionais quanto de investidores estrangeiros. A FBCF é vista como estratégica para o crescimento sustentado, pois amplia a capacidade produtiva do país no médio e longo prazo.
O setor de serviços, ainda que com desempenho mais modesto, também teve papel relevante. Houve avanço de 0,3%, puxado por segmentos como comércio, transporte e turismo. Já a indústria apresentou leve recuo de 0,1%, o que não comprometeu a trajetória positiva do trimestre. No campo social, o PIB per capita também apresentou leve crescimento, refletindo uma melhora na renda média da população. No mercado de capitais, o bom desempenho de ações ligadas aos setores de infraestrutura e agronegócio sinalizou otimismo dos investidores.
Para o governo federal, o resultado reforça a narrativa de retomada econômica em curso. O desempenho vem em um momento estratégico para a gestão Lula, que busca consolidar avanços econômicos e atrair a confiança de investidores e agências de risco internacionais. A Secretaria de Política Econômica (SPE), no entanto, destacou que, a partir do segundo trimestre, a contribuição do agro para o crescimento deve se tornar negativa — reflexo da sazonalidade do setor — e que o ritmo de expansão de atividades cíclicas pode desacelerar na comparação com 2024.
Ainda assim, a leitura geral do primeiro trimestre é positiva, e especialistas apontam que a continuidade dos investimentos em infraestrutura, tecnologia e produtividade será essencial para sustentar o crescimento nos próximos meses. O Brasil inicia 2025 com o pé direito, mas terá de manter o ritmo para transformar bons sinais em avanços duradouros.
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