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América Latina reforça laços comerciais com a China em meio à disputa econômica entre EUA e Pequim

Na crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, a América Latina demonstra uma inclinação clara para estreitar suas relações econômicas com Pequim. Uma recente pesquisa da AtlasIntel, realizada para a Bloomberg, revela que países da região, especialmente o México — tradicionalmente parceiro comercial dos EUA —, têm apresentado um apoio significativo a um aprofundamento dos vínculos com a potência asiática.

Segundo o levantamento divulgado no final de outubro de 2024, quase dois terços dos mexicanos entrevistados defendem o aumento do comércio com a China, superando com folga os que preferem fortalecer os laços comerciais com os Estados Unidos. Esse movimento reflete um desgaste da imagem americana, afetada pelas políticas tarifárias adotadas pela administração Trump, que têm impactado a economia global com imposições e retaliações.

No Brasil, o cenário mostra um equilíbrio: pouco mais da metade da população manifesta apoio a uma aproximação maior com a China, número semelhante aos que preferem manter ou ampliar o comércio com os EUA. Outros países da região, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru, também apresentam maior simpatia por uma cooperação econômica com Pequim, acompanhando a tendência regional.

Essa mudança no sentimento popular vem em meio a uma diplomacia chinesa cada vez mais assertiva e uma política comercial dos EUA marcada por tarifas intermitentes que geram incertezas. Enquanto governantes latino-americanos buscam cautelosamente evitar atritos com Washington, a percepção entre os cidadãos é que a China representa uma alternativa mais estável e vantajosa para investimentos e financiamento.

Curiosamente, a Argentina se destaca como uma exceção nesse contexto. Sob o governo de Javier Milei, o país busca firmar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, o que reflete uma postura distinta em relação ao restante da região.

A pesquisa da AtlasIntel ouviu mais de 13 mil pessoas distribuídas em cinco países: 4.399 no Brasil, 2.139 no Chile, 2.447 na Colômbia, 2.031 na Argentina e 1.898 no México, com margens de erro que variam entre 1 e 2 pontos percentuais, reforçando a representatividade dos dados.

Em resumo, o cenário latino-americano sinaliza uma clara reconfiguração das prioridades comerciais, com a China se consolidando como parceiro estratégico preferencial em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais. Essa tendência deve influenciar políticas econômicas e diplomáticas nos próximos anos, moldando as relações internacionais da região.

Foto: Reprodução

Luiza Carneiro

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