
A marca norte-americana de lingerie Victoria’s Secret desativou temporariamente seu site nos Estados Unidos e informou que alguns serviços presenciais também foram suspensos após um incidente de segurança. Ao acessar a página oficial nesta quinta-feira (29), consumidores se deparavam com um aviso indicando que as operações foram interrompidas como medida de precaução.
Segundo o comunicado, equipes da empresa estão atuando ininterruptamente para restabelecer as atividades. Sediada em Ohio, a Victoria’s Secret evitou entrar em detalhes sobre a natureza da falha — não confirmou se se trata de um ataque cibernético ou de ransomware — e limitou-se a informar que acionou imediatamente seus protocolos de resposta e está contando com apoio de especialistas externos.
Ainda não há previsão para a retomada total das operações. Um comunicado publicado na seção de perguntas frequentes (FAQ) do site corporativo reforça que a empresa está tentando concluir os pedidos feitos até segunda-feira e ampliará os prazos de devolução e validade de cupons promocionais para consumidores afetados.
As lojas físicas da Victoria’s Secret e da marca PINK continuam abertas, mas nem todos os serviços estão disponíveis. Desde quarta-feira, clientes relataram que não conseguem realizar devoluções de compras online nas lojas e também enfrentam instabilidades nos canais de atendimento digital.
Até o momento, não há confirmação sobre impactos em operações fora do território americano. O site britânico da marca, por exemplo, permanecia em funcionamento normalmente até a última verificação.
Segundo informações da Bloomberg, algumas atividades administrativas internas também foram comprometidas, com relatos de funcionários impedidos de acessar e-mails corporativos desde quarta-feira, conforme fontes próximas ao caso.
As ações da Victoria’s Secret caíram cerca de 4% na bolsa até o meio-dia de quinta.
Embora a empresa não tenha oficializado a causa do problema, o caso apresenta indícios típicos de um ataque cibernético — cenário cada vez mais frequente no varejo global. Recentemente, a Adidas revelou ter detectado o acesso indevido a dados de consumidores, como informações de contato, por meio de um fornecedor terceirizado. A gigante alemã declarou estar colaborando com autoridades e notificando os clientes afetados.
No Reino Unido, varejistas como Marks & Spencer, Harrods e Co-op também sofreram invasões digitais. A M&S chegou a interromper pedidos online e teve prateleiras esvaziadas, estimando perdas de até 300 milhões de libras (cerca de 400 milhões de dólares).
Especialistas alertam que, após incidentes como esse, consumidores devem redobrar a atenção a golpes e tentativas de fraude. Ataques de phishing com promoções falsas ou uso de dados vazados estão entre os riscos comuns.
Para o consultor Tim Rawlins, diretor da NCC Group, a decisão da Victoria’s Secret de interromper completamente as atividades é prudente. “Retomar os sistemas sem garantir a eficácia dos reparos e da segurança pode agravar os danos. É essencial garantir a integridade antes de colocar tudo novamente em operação”, afirmou.
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