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Nio assume lugar da Oi Fibra com novos planos, rede neutra e foco em expansão

A Nio, nova operadora de internet banda larga que sucede a Oi Fibra, iniciou oficialmente suas atividades comerciais em maio de 2025, apresentando seus primeiros pacotes de serviços com preços que, embora mais altos que os praticados anteriormente pela Oi, ainda são mais competitivos que os de grandes concorrentes do mercado, como Claro, Vivo e TIM. A proposta da Nio é modernizar e reestruturar o atendimento ao consumidor, mantendo a essência da operação via rede neutra, modelo no qual a infraestrutura é compartilhada entre diferentes provedores.

Os antigos clientes da Oi Fibra poderão continuar com seus planos anteriores ou optar por um dos novos pacotes da Nio: 500 Mega por R$ 100, 700 Mega por R$ 130 e 1 Giga por R$ 160. O compromisso da operadora é não reajustar esses valores até janeiro de 2028. Na comparação com o mercado, os preços podem ser até 47% mais baixos que os de concorrentes, apesar de representarem um aumento de até 18% em relação aos valores anteriores da Oi.

Por trás dessa nova fase está uma reestruturação que começou ainda em 2016, quando a Oi entrou em processo de recuperação judicial para reorganizar dívidas bilionárias. Em 2020, a empresa dividiu sua operação de fibra em duas frentes: a infraestrutura ficou com a então chamada InfraCo (que se tornaria V.tal), enquanto a base de clientes foi mantida pela ClientCo. Ambas passaram a ser controladas por fundos do banco BTG Pactual. A integração definitiva ocorreu em março de 2025, com a compra da ClientCo pela V.tal, culminando no surgimento da Nio.

O CEO da empresa, Marcio Fabbris, afirmou que o foco imediato é recuperar a confiança dos clientes herdados da Oi, ampliando investimentos em qualidade de serviço e atendimento, inclusive com reforço no suporte técnico e redução nos tempos de espera. Apesar do recomeço promissor, a Nio já enfrenta críticas de usuários, sobretudo relacionadas à qualidade do sinal e ao suporte técnico — que ainda é feito pelos mesmos canais da antiga Oi. No ReclameAqui, a operadora figura entre as piores avaliadas do setor, atrás apenas de Claro e Vivo.

A Nio atua com a infraestrutura da V.tal, presente em 322 cidades brasileiras. No sistema de rede neutra, ela cuida do relacionamento com o cliente enquanto a V.tal é responsável por toda a operação técnica da rede. Segundo Fabbris, não há favorecimento para a Nio dentro da V.tal, mesmo sendo do mesmo grupo empresarial, já que os contratos garantem igualdade de condições para todas as empresas parceiras, com metas de desempenho bem definidas.

A tecnologia de fibra óptica oferece vantagens consideráveis em relação ao tradicional cabo coaxial, com maior resistência a interferências e maior velocidade de conexão. Por isso, a rede neutra tem ganhado espaço no mercado nacional, permitindo que novas operadoras se estabeleçam com menos investimento inicial em infraestrutura. Outras empresas, como Fibrasil (associada à Vivo) e I-Systems (ligada à TIM), também seguem esse modelo. A Anatel, por sua vez, não criou regras exclusivas para redes neutras, mas afirma que o modelo é bem-vindo por aumentar a concorrência e permitir o avanço da cobertura em áreas menos atendidas.

Foto: Reprodução

Luiza Carneiro

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