
A inteligência artificial deixou de ser um conceito abstrato para se tornar uma força concreta que está moldando o presente — e o Google Cloud tem apostado alto nessa transformação, especialmente no Brasil. Eduardo López, presidente da operação do Google Cloud na América Latina desde 2019, acredita que o país ocupa posição privilegiada para liderar a adoção da IA em grande escala. Para ele, o momento é de plantar tecnologia e colher inovação.
Em entrevista recente, López foi enfático: a inteligência artificial representa uma porta para a inovação como jamais vimos. A convicção da empresa é tamanha que o Google estabeleceu uma meta ambiciosa: treinar um milhão de brasileiros em habilidades relacionadas à IA. “Cheguei onde cheguei por meio da educação, por isso acredito profundamente no poder do conhecimento como alavanca de transformação social e econômica”, declarou o executivo.
Essa aposta se justifica pelos dados. Um estudo intitulado Our Life with AI revelou que 54% dos brasileiros já utilizaram ferramentas de inteligência artificial generativa em 2024 — número que supera a média global, de 48%. Em outra pesquisa, conduzida com a National Research Group, 77% das empresas brasileiras relataram o uso de IA generativa no atendimento ao cliente. Ou seja, o Brasil não apenas acompanha o movimento global: ele avança à frente.
O Google Cloud também destaca como exemplos concretos desse avanço os projetos com grandes empresas brasileiras. A Casas Bahia aplica IA para aprimorar a apresentação de seus produtos; a operadora TIM usa a tecnologia para transcrever e analisar interações de atendimento; e a Dasa, referência em saúde, adota soluções de inteligência artificial para organizar prontuários médicos de forma mais eficiente e segura.
Para sustentar esse crescimento, o Google tem feito investimentos robustos em infraestrutura técnica. Entre 2017 e 2022, a empresa desembolsou 1,6 bilhão de reais no Brasil. Um dos marcos mais recentes é a preparação do Cloud Space, centro de demonstrações e workshops que será inaugurado em São Paulo — a sétima unidade do tipo em todo o mundo. A proposta é tornar o espaço um polo de conexão entre empresas e as possibilidades oferecidas pela IA.
No cenário global, o Google investiu 17,2 bilhões de dólares apenas no primeiro trimestre de 2024, principalmente em infraestrutura técnica — com foco em servidores e data centers — para sustentar o rápido crescimento da demanda por serviços baseados em nuvem.
Além do investimento em tecnologia, a operação brasileira também lidera em sustentabilidade. Hoje, 91% da energia que alimenta a cloud region brasileira — o nome dado à estrutura dedicada aos serviços de nuvem corporativa — provém de fontes renováveis. Isso posiciona o Brasil, segundo López, como a operação mais sustentável entre os concorrentes globais. A meta mundial da empresa é operar com 100% de energia limpa até 2030.
Atualmente, o Google Cloud mantém três cloud regions na América Latina, cujas localizações permanecem confidenciais por questões de segurança. No entanto, o Brasil se destaca não apenas como um mercado promissor, mas como um exemplo de como a tecnologia pode ser usada com visão estratégica e compromisso social.
A aposta em formação profissional, sustentabilidade e inovação tecnológica mostra que o Google Cloud enxerga o Brasil como um território fértil para o florescimento de soluções que podem transformar setores inteiros. E, no centro disso tudo, está a inteligência artificial — não como uma ameaça, mas como aliada do progresso humano.
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