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Anatel e Mercado Livre tem confronto por multa de R$ 6,2 milhões em venda de produtos irregulares

Marketplace contesta decisão da agência reguladora, alegando arbitrariedade, enquanto Anatel reafirma responsabilidade de intermediários de vendas online.

Na reunião do conselho diretor da Anatel desta segunda-feira, 13 de outubro, o Mercado Livre e a agência reguladora protagonizaram um acalorado confronto sobre a multa de R$ 6,2 milhões aplicada ao marketplace por comercialização de produtos irregulares e não homologados.

O procurador do Mercado Livre, Thomaz Scheuller Paiva, criticou duramente a atuação da agência:

“A Anatel não atendeu às nossas solicitações de colaboração, mas majorou a multa em mais de 238 mil por cento, passando de R$ 2.640,00 para R$ 6,2 milhões. Foi uma arbitrariedade.”

Scheuller Paiva ainda acusou a Anatel de tratar o Mercado Livre de forma mais rigorosa que outros marketplaces, como Shopee, Magazine Luiza e Amazon, argumentando que a confissão de vendas irregulares não deveria agravar a penalidade. A defesa afirmou que a plataforma atua apenas como provedora de aplicação, responsabilizando os usuários pelas vendas.

O relator Otávio Pieranti contestou a posição, classificando-a como “absurda”:

“A fiscalização não pode se restringir ao vendedor. É preciso responsabilizar quem faz a intermediação. O Código de Defesa do Consumidor respalda essa ação. Marketplaces não apenas hospedam produtos, eles respondem pelo que anunciam e vendem.”

O posicionamento contundente do procurador gerou reação imediata dos conselheiros. O conselheiro Alexandre Freire pediu que o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, se manifestasse. Baigorri respondeu afirmando que, desde 2011, o Mercado Livre foi convidado diversas vezes a colaborar, mas nunca apresentou mudanças:

“Sem diálogo, cabe à Anatel exercer seu poder público. E ele será sempre exercido contra quem quer que seja.”

O episódio evidencia a tensão entre reguladores e marketplaces, reforçando a importância da responsabilidade das plataformas digitais na oferta de produtos, especialmente no contexto de segurança e conformidade regulatória.

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