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Indústria Brasileira Registra Maior Queda em 29 Meses com Redução da Demanda, Aponta PMI de Setembro

Setor enfrenta retração histórica, mas produtores permanecem otimistas com recuperação da demanda e acordos comerciais internacionais

Em setembro de 2025, a indústria brasileira registrou a deterioração mais intensa em quase dois anos e meio, impulsionada pela queda na demanda, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado pela S&P Global nesta quarta-feira (1º).

O PMI da indústria brasileira caiu de 47,7 em agosto para 46,5 em setembro, ficando abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e alcançando seu nível mais baixo em 29 meses. Com isso, o desempenho do setor no terceiro trimestre foi o mais fraco desde o segundo trimestre de 2023.

A redução da demanda provocou recuo nas novas encomendas, atingindo o ritmo mais rápido de queda desde abril de 2023, enquanto os volumes de produção registraram a quinta retração mensal consecutiva. As vendas internacionais também caíram, embora de forma menos intensa do que em meses anteriores. Participantes da pesquisa destacaram que tarifas aplicadas pelos Estados Unidos em agosto ocasionaram alguns cancelamentos, compensados por uma maior demanda de países como Argentina, Itália, México, Uruguai e Reino Unido.

Houve algum alívio em relação aos custos, já que os preços de insumos recuaram em setembro pela primeira vez desde o final de 2023, permitindo descontos nos preços e estimulando vendas. A depreciação do dólar e a maior disponibilidade de insumos entre fornecedores também contribuíram para reduzir as pressões de custos.

Apesar da desaceleração da atividade, os dados de setembro indicam que os produtores brasileiros continuam confiantes para os próximos 12 meses. Espera-se recuperação na demanda, possíveis acordos tarifários favoráveis com os EUA, além de investimentos em tecnologia e aquisições. Esse otimismo refletiu levemente no mercado de trabalho, com aumento modesto nos empregos após contração registrada em agosto.

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