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Economia Circular: Caminho Estratégico para a Descarbonização da Siderurgia Brasileira

Estudo do Ibec destaca como práticas circulares podem reduzir até 50% das emissões de CO₂ no setor até 2050

A siderurgia brasileira, responsável por até 10% das emissões globais de CO₂, está adotando a economia circular como estratégia fundamental para sua descarbonização. Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia Circular (Ibec), realizado com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), aponta que práticas como o reaproveitamento de resíduos, uso de sucata e coprodutos podem reduzir significativamente as emissões no setor.

O relatório revela que, embora a indústria já adote algumas práticas circulares, é necessário superar obstáculos para desenvolver uma abordagem mais sistêmica. A transição eficaz requer investimentos em tecnologias maduras e emergentes, ajustes regulatórios e uma visão ampliada da estratégia. Até 2050, espera-se que 50% das reduções de emissões venham de tecnologias que ainda não estão disponíveis em escala.

A economia circular oferece novas bases para o desenvolvimento econômico, com diferentes percepções de valor, processos, indicadores e relações. Para avançar com a descarbonização por meio da economia circular e materializar soluções circulares em escala, é fundamental fomentar a integração multissetorial, unindo a mineração e a siderurgia a segmentos como o de infraestrutura e o agronegócio, por meio de modelagens colaborativas.

O estudo também destaca a evolução da economia circular no setor siderúrgico brasileiro, que está vivendo a segunda de quatro “ondas” da circularidade. Isso significa que já existe uma percepção consolidada do aço como material circular, o valor dos resíduos como coprodutos e o investimento em energias renováveis; porém, ainda há muito potencial a ser explorado.

Para avançar para a terceira onda, é necessário posicionar a circularidade como parte da cultura do negócio e inerente à tomada de decisão, incluindo novos modelos de parcerias multissetoriais e garantindo o ganho de escala para as soluções circulares. Na quarta e última onda, o setor siderúrgico do Brasil expandiria sua atuação, participando de debates globais e destacando o protagonismo tecnológico e a presença da circularidade em múltiplas agendas.

A adoção da economia circular não apenas contribui para a redução das emissões de CO₂, mas também fortalece a competitividade do setor siderúrgico brasileiro no cenário global.

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