
A Alibaba, gigante chinesa de tecnologia, revelou um ambicioso plano de investimento em Inteligência Artificial (IA) de US$ 53 bilhões, que inclui a reformulação de sua linha de Modelos de Linguagem Grande (LLM) e a construção de novos data centers de IA em regiões estratégicas, como Europa, América Latina e Sudeste Asiático.
Durante a conferência Apsara, em Hangzhou, a empresa apresentou o Qwen3-Omni, LLM capaz de gerar texto, áudio, imagens e vídeo. Disponível sob a licença Apache 2.0, o modelo oferece às empresas uma alternativa aos ecossistemas de grandes players como o ChatGPT.
Expansão de infraestrutura global e serviços de nuvem
O Alibaba planeja construir data centers na Holanda, França e Brasil, expandindo sua já consolidada rede de 91 zonas de disponibilidade em 29 regiões. A empresa pretende oferecer serviços completos, incluindo computação em nuvem, análise de big data, aprendizado de máquina e IA, com incentivos como 2 bilhões de tokens gratuitos e até US$ 120 mil em créditos de nuvem para clientes corporativos.
Dr. Feifei Li, pesquisador do Alibaba, afirma que a expansão visa atender à demanda crescente de clientes com visão de futuro, enquanto especialistas apontam que a competição por infraestrutura de IA será tão acirrada quanto a disputa por modelos de IA.
Desafios tecnológicos e geopolíticos
Um dos principais obstáculos é o acesso a GPUs da Nvidia, atualmente restritas a empresas chinesas devido às sanções dos Estados Unidos. O Alibaba pode recorrer à sua divisão de chips T-Head, mas ainda não confirmou se os novos data centers usarão seus próprios processadores ou os chips que os governos europeus desejam para fortalecer a capacidade local de IA.
Além disso, a soberania de dados é um ponto crítico. Autoridades europeias buscam garantir que dados armazenados localmente não sejam acessados por governos estrangeiros, criando desafios regulatórios para empresas chinesas de nuvem.
O futuro da expansão do Alibaba dependerá, portanto, de como os governos da UE, Brasil e outras regiões interpretarão o projeto: como um impulso à autonomia tecnológica ou uma ameaça à segurança nacional.