
A notícia de que a Electronic Arts (EA) estaria em negociações para fechar o capital e ser adquirida movimentou o setor global de videogames. Segundo o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, a operação avaliada em cerca de US$ 50 bilhões vai além de uma transação corporativa: representa um sintoma das transformações profundas na indústria e da tendência de consolidação entre grandes publishers.
Mudança no comportamento do consumidor
Após um crescimento acelerado na década de 2010 e o boom da pandemia, o mercado de games dá sinais de estabilização. Hoje, jogadores tendem a permanecer em plataformas e títulos já consolidados em vez de investir em novidades.
Esse comportamento impacta diretamente os números da EA: 75% da receita do ano fiscal de 2025 veio de “serviços ao vivo” – como microtransações, passes de temporada e expansões – e não da venda de novos jogos.
De acordo com Nicholas Lovell, analista e cofundador da Spilt Milk Studios, a indústria estaria “se afastando de uma era de novas ideias para se acomodar nos mesmos jogos, gastando dinheiro repetidamente”.
Avaliação de mercado e riscos futuros
Analistas apontam que o valor atual da EA pode representar o ponto máximo de sua avaliação de mercado. A dependência crescente de receitas recorrentes, combinada à estagnação criativa e à queda no lançamento de novos sucessos, reforça a ideia de que a aquisição seria uma estratégia defensiva dos executivos para capitalizar antes de uma possível correção do setor.
Embora a indústria ainda deva manter lucros estáveis por meio dos serviços ao vivo, o enfraquecimento da inovação pode pressionar a valorização de grandes empresas, reduzindo seu potencial de crescimento.