
A Infor lançou, em agosto, o Infor Report 2025 – Inovação no Varejo, um estudo aprofundado que analisa os principais desafios da transformação digital no setor, além de mapear tendências, investimentos e o nível de maturidade tecnológica das empresas varejistas.
O relatório revela que, em 2025, os investimentos globais em digitalização no varejo devem ultrapassar US$ 285,7 bilhões, segundo dados da consultoria Mordor Intelligence. Até 2030, a expectativa é de crescimento médio anual de 17,3%. No Brasil, uma pesquisa realizada pela própria Infor mostra que 79% dos empresários pretendem aumentar em pelo menos 20% os investimentos em tecnologia nos próximos três a cinco anos.
Digitalização deixa de ser diferencial e vira questão de sobrevivência
Entre as conclusões, o estudo destaca que a digitalização já não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma exigência de sobrevivência em um mercado dinâmico, híbrido e cada vez mais orientado por dados e inteligência artificial. Soluções personalizadas para as dores específicas do varejo têm ganhado espaço, acelerando a transformação do setor.
Segundo levantamento da FGV citado no estudo, a transformação digital no Brasil avançou o equivalente a quatro anos em 2021, impulsionada pelo e-commerce e pela necessidade de adaptação rápida a novos modelos de consumo. Ainda assim, os desafios são grandes: a transformação cultural das empresas e a implementação de modelos de gestão mais descentralizados continuam sendo barreiras para o avanço.
O papel da integração e da inteligência artificial
Para Waldir Bertolino, Vice-president of Sales e Country Manager da Infor Brasil e South Latam, o momento exige uma mudança de paradigma:
“Antigamente, a estratégia era adotar uma única solução para toda a operação, mas isso não funciona mais. Hoje, soluções especializadas são mais assertivas, e a integração tornou-se essencial para a inovação”, afirma.
O relatório também mostra que a ascensão do e-commerce e a fusão entre o físico e o digital mudaram o comportamento do consumidor, que agora busca experiências personalizadas, rapidez e interações inteligentes. Em 2024, o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 204 bilhões, alta de 10% em relação ao ano anterior, segundo a ABComm.
Nesse contexto, o uso de IA se consolida como diferencial competitivo. Dados da PwC apontam que 53% dos consumidores já esperam interações com agentes virtuais de atendimento no processo de compra.
Varejo brasileiro avança, mas enfrenta gargalos estruturais
Apesar do avanço, o Brasil ainda apresenta nível de digitalização inferior à média dos países da OCDE. A falta de infraestrutura, somada a resistências internas, faz com que cerca de 70% dos projetos de transformação digital falhem, segundo o MIT Sloan.
Ainda assim, o varejo brasileiro já ocupa a segunda posição em maturidade digital, atrás apenas do setor financeiro, de acordo com dados da McKinsey citados pelo relatório.
O estudo conclui que o sucesso da próxima fase da jornada digital dependerá da capacidade das empresas em integrar tecnologias, superar barreiras culturais e responder às novas exigências dos consumidores. Para Bertolino, o caminho passa por começar pelo básico, com soluções estruturantes de impacto imediato e possibilidade de integração, garantindo retorno sobre o investimento no curto prazo.