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Leonardo Di Caprio estréia mesclado Humor ácido, ação e muita porrada e clima de tensão.

Por Regis Schuch Jr.

Uma Batalha Após a Outra marca o retorno de Paul Thomas Anderson ao cinema contemporâneo, seu primeiro filme ambientado no presente desde Embriagado de Amor (2002). Inspirado livremente em Vineland, de Thomas Pynchon, o longa é uma interpretação urgente e nervosa dos Estados Unidos do século 21 – um país dividido entre imigração, violência policial, drogas e paranoias políticas.

Logo no plano inicial, quando Perfidia (Teyana Taylor) observa um campo de detenção de imigrantes em Los Angeles, fica claro que Anderson quer capturar a ansiedade cotidiana de viver “uma batalha após a outra”. Ao lado dela, está Pat “Rocket Man” (Leonardo DiCaprio), um especialista em explosivos tão desastrado quanto carismático, cuja vida vira uma contagem regressiva quando o casal tem uma filha e a militância de Perfídia coloca todos em risco. Anos depois, Pat tenta proteger a adolescente Willa (Chase Infiniti) de um coronel implacável vivido por Sean Penn, enquanto foge em um filme que mistura perseguição, suspense político, ação e faroeste.

Anderson equilibra sarcasmo e densidade ao mostrar revolucionários que acreditam na causa, mas também se divertem no perigo. DiCaprio brilha ao interpretar um anti-herói patético, enquanto Penn transforma seu vilão em uma caricatura deliciosa. O humor, longe de diluir a crítica, torna a experiência mais acessível e dá ao filme um ritmo surpreendentemente ágil para suas quase três horas.

Mais do que uma trama de ação, o longa é um diagnóstico feroz da era pós-industrial: a vida é feita de batalhas intermináveis, transmitidas de geração em geração. Essa ideia ganha força no vínculo entre pai e filha, que lutam para permanecer juntos enquanto enfrentam um mundo caótico. 

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