A BYD afirmou ter um “plano B” caso seja obrigada a parar de usar chips da Nvidia em seus carros, segundo declarou Stella Li, vice-presidente executiva da fabricante chinesa de veículos elétricos, em entrevista à CNBC nesta terça-feira.
Li destacou que a empresa não recebeu nenhuma diretriz oficial do governo chinês para abandonar os semicondutores da Nvidia. Ainda assim, a montadora se preparou para possíveis restrições. “Todo mundo tem um backup. A BYD tem um backup”, disse a executiva.
Embora não tenha revelado detalhes sobre o plano alternativo, Li lembrou que durante a pandemia de Covid-19 houve uma forte escassez global de chips, que prejudicou o setor automotivo. A BYD, no entanto, conseguiu superar a crise porque desenvolveu internamente parte significativa de sua tecnologia e cadeia de suprimentos, incluindo a produção de baterias.
Dependência da Nvidia e tensões EUA-China
A Nvidia está no centro da disputa entre Estados Unidos e China sobre semicondutores. O chip de inteligência artificial H20, criado para atender às restrições de exportação dos EUA, chegou a ser proibido e depois liberado na China após um acordo de divisão de receita.
Atualmente, Pequim tem desencorajado empresas locais de adquirir chips de IA da Nvidia. Apesar disso, a fabricante americana também desenvolve semicondutores específicos para o setor automotivo, como o Nvidia Drive AGX Orin, usado pela BYD para recursos de condução semiautônoma.
Até o momento, não há indícios de que o governo chinês planeje proibir o uso desses chips automotivos.
Impacto no mercado global
Para Stella Li, uma restrição total seria improvável. “Não acho que nenhum país fará isso, porque isso automaticamente mataria a Nvidia”, disse. “A Nvidia agora é a empresa com maior valor de mercado, e perder o mercado da China não interessa a ninguém.”
