
O YouTube, plataforma de vídeos do Google, anunciou que em breve vai permitir que canais anteriormente banidos solicitem reintegração. A decisão marca uma mudança significativa na política da empresa, que até então tratava certas violações como punições permanentes.
De acordo com uma carta enviada pelo advogado da Alphabet, Daniel Donovan, ao presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA, Jim Jordan, a revisão valerá para contas removidas por disseminar informações incorretas sobre a Covid-19 ou sobre eleições.
Segundo Donovan, “as Diretrizes da Comunidade do YouTube permitem hoje uma gama mais ampla de conteúdo sobre a Covid e a integridade das eleições”.
Programa piloto e impacto nos criadores
O YouTube informou na rede X que a reintegração será feita em caráter piloto, disponível inicialmente para um subconjunto de criadores e para canais que foram encerrados por políticas já desativadas. A plataforma deve divulgar os primeiros detalhes do programa em breve.
Entre os canais afetados pelas antigas regras estavam páginas ligadas ao ex-estrategista-chefe de Donald Trump, Steve Bannon, ao comentarista conservador Dan Bongino e a Robert F. Kennedy Jr. Ainda não está claro se esses perfis poderão retornar.
Pressão política e mudanças nas regras
A decisão ocorre em meio a crescente pressão de parlamentares republicanos, que criticam as políticas de moderação adotadas durante o governo Biden, especialmente no combate à desinformação sobre vacinas e política.
Em 2021, o YouTube passou a remover conteúdos que espalhassem informações falsas sobre vacinas aprovadas. Donovan afirmou, na carta, que autoridades do governo Biden chegaram a pressionar a plataforma a excluir vídeos que não violavam diretamente suas regras — algo que classificou como “inaceitável e errado”.
O YouTube encerrou suas diretrizes específicas sobre desinformação da Covid-19 em dezembro de 2024. Atualmente, a empresa afirma que não permitirá que verificadores de fatos terceirizados moderem conteúdos, embora continue exibindo painéis informativos e links para checagens independentes abaixo de vídeos.
Contexto mais amplo
Outras gigantes de tecnologia também revisaram suas políticas recentemente. Em janeiro de 2025, a Meta anunciou o fim do programa de verificação de fatos no Facebook e Instagram. Já o Google mantém, desde 2017, uma ferramenta de checagem que exibe rótulos nos resultados de pesquisa e notícias.