Um ataque cibernético ao sistema de lavanderia digital do Spinozacampus, alojamento estudantil da Universidade de Amsterdã, deixou cerca de 1.250 estudantes em situação complicada. O incidente ocorreu em julho, quando um hacker manipulou o sistema de pagamento de cinco máquinas de lavar inteligentes. Inicialmente, os estudantes puderam lavar suas roupas gratuitamente, mas a falta de uma solução rápida pela empresa gestora, Duwo, resultou no fechamento total da lavanderia, obrigando os moradores a buscar alternativas fora do campus.
A Duwo manteve o serviço parcialmente aberto por algumas semanas, permitindo o uso gratuito das máquinas. No entanto, a empresa justificou ao site holandês Folia que a receita das lavagens é essencial para manter os preços acessíveis e a operação das máquinas, uma vez que a empresa adquiriu o equipamento.
A situação se agravou devido aos problemas também nas dez máquinas analógicas do campus, que deveriam funcionar como alternativa. Relatos de estudantes indicam que essas máquinas sofrem interrupções constantes, deixando apenas uma em funcionamento por vez. Diante do caos, muitos alunos precisaram transportar suas roupas sujas para uma lavanderia na vizinha Darlingstraat, gerando transtornos significativos e preocupações com higiene, incluindo risco de infestação de piolhos nos dormitórios.
Ataques a dispositivos da Internet das Coisas (IoT) têm crescido globalmente, geralmente para criação de botnets, mas raramente para afetar serviços essenciais como lavanderias. A vulnerabilidade de câmeras, máquinas inteligentes e outros dispositivos torna esses sistemas alvos fáceis para hackers.
Relatórios recentes de segurança apontam um aumento expressivo nos ataques a IoT. A SonicWall, por exemplo, registrou um crescimento de 124% em 2024 comparado ao ano anterior. Embora ataques a máquinas de lavar sejam incomuns, o incidente no Spinozacampus evidencia o impacto real que falhas de segurança em IoT podem ter na rotina de estudantes universitários.
