
Uma ordem executiva assinada por Donald Trump isentou a celulose importada pelos Estados Unidos da taxa adicional de 10%, medida que favorece as empresas brasileiras exportadoras do produto. A decisão foi publicada na última sexta-feira (5) e altera as taxas recíprocas impostas durante a guerra comercial promovida pelo ex-presidente.
De acordo com a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), a medida contempla três descrições tarifárias que juntas representam 90% das exportações brasileiras de celulose para os EUA. Esses itens já eram isentos da tarifa de 40% aplicada anteriormente a outros produtos e voltam agora ao status anterior à imposição das taxas adicionais.
Por outro lado, papéis em geral e painéis de madeira (MDF e MDP) continuam sujeitos à tarifa de 50% (40% com o adicional de 10%), impactando a indústria moveleira.
Queda nas exportações para os EUA
Apesar da isenção da tarifa, as exportações brasileiras de celulose para os Estados Unidos registraram queda de 22,7% em agosto, totalizando US$ 94,6 milhões, ante US$ 122,4 milhões em igual período de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, o recuo chegou a 15,7%, passando de US$ 1,1 bilhão para US$ 933,4 milhões, conforme dados do Monitor do Comércio entre Brasil e EUA da Amcham.
Enquanto isso, as vendas de celulose brasileira cresceram para outros mercados internacionais, com destaque para China (+17,5%), Coreia do Sul (+18,1%) e Alemanha (+8,4%).
O movimento reflete a tendência geral da balança comercial de agosto, que registrou queda de 18,5% nas exportações brasileiras para os EUA, de US$ 3,39 bilhões para US$ 2,76 bilhões, e aumento das vendas para países asiáticos, como China e Hong Kong.