
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 14,29 bilhões (R$ 76,4 bilhões) em agosto de 2025, alta de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária nesta sexta-feira (12). O desempenho positivo foi sustentado principalmente pela soja, milho e carne bovina, apesar da forte queda nos embarques para os Estados Unidos.
Com a entrada em vigor do tarifaço do presidente Donald Trump, as vendas brasileiras para os EUA recuaram 17,6%, caindo de US$ 928,5 milhões para US$ 765 milhões. Produtos diretamente afetados pelas sobretaxas, como a carne bovina in natura (-46,2%) e industrializada (-33%), puxaram a retração. Hoje, as tarifas sobre a carne bovina brasileira já superam 70%.
Em contrapartida, a China ampliou suas importações em 32,9%, saltando de US$ 3,85 bilhões para US$ 5,12 bilhões. O país asiático respondeu sozinho por 35,8% das exportações totais do agro brasileiro, com destaque para café verde (+131,8%), carne bovina in natura (+89,8%) e açúcar bruto (+20,3%).
Principais setores em agosto
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Complexo soja: US$ 4,70 bilhões (+5,5%)
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Carnes: US$ 2,63 bilhões (+21,5%)
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Sucroalcooleiro: US$ 1,60 bilhão (-15%)
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Cereais, farinhas e preparações: US$ 1,46 bilhão (+15%)
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Produtos florestais: US$ 1,15 bilhão (-9,7%)
A soja em grãos foi o grande destaque, com recorde de 9,34 milhões de toneladas exportadas, gerando US$ 3,88 bilhões. A carne bovina in natura também atingiu preços históricos, somando US$ 1,5 bilhão, enquanto o milho avançou para US$ 1,36 bilhão puxado pela demanda da União Europeia.
Já produtos como açúcar de cana bruto (-16,5%) e café verde para os EUA (-16,4%) tiveram queda. O suco de laranja, por outro lado, que ficou fora da lista de sobretaxas, cresceu 6,9% em vendas ao mercado norte-americano.
Importações em alta
As importações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 1,60 bilhão (R$ 8,6 bi), alta de 1,2% em relação a agosto de 2024. Os principais itens foram trigo (US$ 114,3 mi), óleo de palma (US$ 93 mi) e soja em grãos (US$ 57,6 mi), insumos estratégicos para a indústria alimentícia nacional.