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Crise na siderurgia ameaça 37 mil empregos no Brasil

Importações da China e da Rússia reduzem competitividade das siderúrgicas brasileiras e colocam em risco milhares de postos de trabalho em estados como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

A indústria siderúrgica brasileira vive um dos momentos mais delicados da última década. Um levantamento do Instituto Aço Brasil aponta que até 37 mil postos de trabalho — entre diretos e indiretos — podem ser eliminados nos próximos meses caso não sejam adotadas medidas urgentes para conter a crise.

O principal fator por trás da retração é o avanço das importações de aço, especialmente vindas da China e da Rússia, que chegam ao mercado interno a preços considerados desleais pelas empresas nacionais. Com a redução da competitividade, toda a cadeia produtiva é impactada, atingindo desde grandes grupos industriais até fornecedores de insumos, transporte e serviços.

Estados como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, principais polos da siderurgia, estão entre os mais vulneráveis. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, fez um alerta duro:

“O risco de desindustrialização é real e pode comprometer a geração de empregos de qualidade.”

A tensão já se reflete em medidas concretas. A Gerdau, uma das maiores companhias do setor, demitiu cerca de 1,5 mil funcionários entre janeiro e julho deste ano e suspendeu parte dos investimentos previstos para suas unidades em São Paulo. Segundo a empresa, a continuidade das operações está ameaçada pela concorrência internacional.

Diante desse cenário, as siderúrgicas pressionam o governo federal por salvaguardas temporárias e outras ações de defesa comercial que reduzam a entrada de produtos estrangeiros. Sem essas medidas, alertam os empresários, o país pode assistir a uma nova onda de desindustrialização, com efeitos diretos sobre a economia e o emprego.

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