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Mineração de recursos estratégicos para transição energética impõe novos desafios

Movimento denuncia "minério dependência" e cobra controle popular sobre o uso do subsolo

A crescente demanda por minerais essenciais à transição energética, como lítio, níquel e cobalto, tem levado o Brasil a intensificar a exploração desses recursos. No entanto, especialistas e movimentos sociais alertam para os riscos de um modelo que prioriza a exportação e negligencia o desenvolvimento local.

O Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) destaca que, em estados como Pará e Minas Gerais, a mineração tem gerado o que é chamado de “minério dependência”. Isso ocorre quando as cidades dependem economicamente da atividade mineral, mas não recebem investimentos adequados em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Segundo Karine Martins, do MAM, “nada fica ali, tudo vai para o capital internacional e, com isso, a população fica desassistida” .

Além disso, o movimento defende que o subsolo brasileiro, considerado estatal, deve ser controlado pelo povo e utilizado de forma sustentável. Charles Trocate, pesquisador e membro da coordenação nacional do MAM, afirma que “precisamos debater com a sociedade brasileira a função social do subsolo” .

O MAM também critica a gestão da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), sugerindo que os recursos arrecadados não têm sido revertidos adequadamente para as comunidades impactadas. O movimento propõe uma maior participação popular na gestão desses recursos, visando promover o desenvolvimento local e reduzir os impactos negativos da mineração.

O debate sobre a mineração de recursos estratégicos para a transição energética continua a crescer no Brasil, com a sociedade civil e movimentos sociais pressionando por um modelo mais justo e sustentável.

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